Dólar fecha com o menor patamar em 1 mês

O dólar fechou em queda nesta segunda-feira, voltando ao patamar de R$ 2,33, o menor em um mês, reagindo às expectativas de entrada de capitais no Brasil diante da perspectiva de que os juros podem subir mais do que o esperado, além da constante atuação do Banco Central no câmbio. A moeda americana perdeu 0,34%, […]

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O dólar fechou em queda nesta segunda-feira, voltando ao patamar de R$ 2,33, o menor em um mês, reagindo às expectativas de entrada de capitais no Brasil diante da perspectiva de que os juros podem subir mais do que o esperado, além da constante atuação do Banco Central no câmbio. A moeda americana perdeu 0,34%, para R$ 2,3383 na venda, abaixo do nível de R$ 2,35, identificado por analistas como importante piso de resistência. Também foi o menor patamar de fechamento desde 17 de dezembro, quando ficou em R$ 2,3225.

O volume de negociações foi pequeno nesta sessão devido ao feriado nos Estados Unidos, que manteve os mercados americanos fechados. Segundo a BM&F, o volume de operações ficou em torno de US$ 725 milhões, cerca de metade da média diária de janeiro, de US$ 1,5 bilhão. “O câmbio é muito sensível às expectativas e a elevação da taxa de juros atrai mais recursos para o País”, afirmou o economista-chefe da Gradual Investimentos, André Perfeito.

O Comitê de Política Monetária (Copom) elevou na semana passada a Selic em 0,50 ponto percentual, a 10,50% ao ano, surpreendendo parte do mercado, que previa alta de 0,25 ponto. Nesta segunda-feira, a pesquisa Focus do BC reforçou a tese de que o BC pode ser mais austero, com a projeção dos analistas consultados indicando a Selic em 2014 a 10,75%, ante 10,50%.

“Parece que a tolerância do Copom à inflação persistentemente alta e às expectativas desancoradas é mais baixa do que esperávamos”, escreveram os analistas do JPMorgan Fabio Akira e Cassiana Fernandez em relatório. A Selic maior tem potencial para atrair mais investidores de fora em busca de mais ganhos financeiros, o que acabaria aumentando a entrada de dólares no país.

O cenário mais otimista para o fluxo cambial brasileiro no curto prazo também continuou sendo influenciado pelos anúncios recentes de captações externas por empresas no Brasil. “Como tem expectativa de entrada de recursos com algumas captações externas, o mercado aproveitou para montar algumas posições enquanto o dólar continua abaixo de R$ 2,35”, afirmou o gerente de câmbio da Treviso Corretora, Reginaldo Galhardo, que acredita que a divisa deve voltar em breve a superar esse patamar.

Investidores avaliam que o dólar acima de R$ 2,35 ajuda as exportações brasileiras e, ao mesmo tempo, não pesa na inflação. Não acreditam, entretanto, que o BC terá que reduzir o ritmo das intervenções, uma vez que a moeda americana deve retomar em breve a trajetória de alta. Isso porque as contas públicas brasileiras ainda não deram sinais de melhora, o que pode afastar investidores à frente, e em função da expectativa de redução da liquidez global devido à diminuição do estímulo econômico do Federal Reserve, banco central norte-americano.

Ajudou ainda na queda do dólar desta sessão a intervenção diária do BC no câmbio. Nesta sessão, deu continuidade às atuações, vendendo a oferta total de 4 mil swaps tradicionais – equivalentes a venda futura de dólares – com vencimento em 1º de setembro deste ano, com volume financeiro equivalente a US$ 198,0 milhões. A autoridade monetária também ofertou swaps com vencimento em 2 de maio, mas não vendeu nenhum.

Além disso, o BC realizou a terceira etapa da rolagem dos swaps que vencem em 3 de fevereiro, vendendo a oferta total de 25 mil contratos com vencimento em 1º de agosto e 3 de novembro deste ano. Com isso, já rolou pouco mais de 30% do lote total, equivalente a US$ 11,028 bilhões.

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