Dirigente italiano chama de ‘absurda’ presença de gays em delegação dos EUA

O político italiano, membro sênior do comitê olímpico local, Mario Pescante, causou polêmica após dizer que é “absurda” a presença de homossexuais na delegação que os EUA vão enviar aos Jogos Olímpicos de Inverno de Sochi, na Rússia, em fevereiro. A iniciativa americana foi vista como uma resposta às leis antigays aprovadas no país-sede do evento no ano passado.

“É um absurdo um país como esse enviar quatro lésbicas para a Rússia apenas para demonstrar que na nação deles os direitos dos gays foram estabelecidos. Os Jogos não deveriam ser uma ocasião e um lugar para promover direitos que o esporte apoia diariamente”, disse Pescante.

Questionado pela agência AP, Pescante disse que não é contra homossexuais. “É claro que não, eu só quis dizer que o ponto é que política não deveria interferir nos Jogos Olímpicos”, afirmou o dirigente.

A delegação norte-americana que vai a Sochi tem outra peculiaridade em relação ao histórico olímpico dos EUA. Além da presença de homossexuais, esta será a primeira vez que o país não vai enviar presidente, vice-presidente ou primeira-dama a uma edição das Olimpíadas.

O presidente Barack Obama escolheu três atletas abertamente homossexuais. A ex-tenista Billie Jean King, o ex-patinador Brian Boitano e a jogadora de hóquei Caitlin Cahow.

As leis antigays na Rússia foram aprovadas em 2013 e proíbem “propaganda homossexual” no país, o que causou muita polêmica no mundo do esporte com a proximidade de uma edição dos Jogos Olímpicos de Inverno no país.

Em entrevista à CBS, na semana passada, Billie Jean King afirmou que “nosso primeiro trabalho (na delegação) é representar nosso país e nosso presidente”. A ex-tenista disse que o foco não deve ficar na presença de homossexuais na delegação dos EUA. “Os Jogos Olímpicos são realmente, em primeiro lugar e acima de tudo, sobre atletas, e eu não quero que isso se perca de vista porque eles têm trabalhado muito duro para chegar lá”, afirmou Billie Jean.