Dia das Crianças: é para festejar ou apenas movimentar o comércio?

Mais uma entre tantas outras datas inventadas para se fazer dinheiro, o Dia das Crianças é esperado com ansiedade pelos lojistas da Capital. Segundo o presidente da CDL (Câmara de Dirigentes Lojistas), Ricardo Kuninari, a data é a segunda melhor o ano para o segmento e a quarta para o comércio em geral.

De olho no potencial, até o feriado da criação de MS ficou para segundo plano, e o comércio deve abrir normalmente no sábado (11).

Para o sociólogo Paulo Cabral, de 65 anos, isso vem demonstrar que a data, assim como tantas outras, foi criada exatamente para isso, para movimentar o comércio e fazer com que as pessoas gastem.

O estudioso diz que não lembra ao certo o que surgiu primeiro, se foi o Dia das Crianças ou o Salão das Crianças, evento que acontecia em São Paulo onde eram apresentadas as novidades do mercado.

“Lembro quando eu era criança e tinha os salões em São Paulo. O Caio Ancântara Machado foi quem criou os salões, primeiro ele alugava um pavilhão no Ibirapuera e montava as feiras. Depois elas cresceram e foram transferidas para o Anhembi. Tinha feira de utilidades domésticas, do automóvel, e o salão das crianças. O Caio era um homem de marketing”, relembra.

“Os salões tinham um calendário regular e o das crianças acontecia justamente em outubro. Não sei se acontecia na data por causa do Dia das Crianças ou se foi introduzido no mês por isso. De todo modo, a prática de se presentear crianças no dia das crianças surgiu cerca de uns dez anos ou mais depois do Salão das Crianças, que apresentava as novidades para o natal”, conclui.