Curitiba testa radar que não multa, mas tem ‘olho comprido’ no trânsito

Deve começar a funcionar em 15 dias em Curitiba um radar que irá medir a velocidade média dos carros ao longo de um percurso, e não apenas num ponto específico. Haverá medidores em dois pontos de uma mesma rua: se o motorista chegar rápido demais ao segundo ponto, ainda que dentro da velocidade máxima, o […]

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Deve começar a funcionar em 15 dias em Curitiba um radar que irá medir a velocidade média dos carros ao longo de um percurso, e não apenas num ponto específico.

Haverá medidores em dois pontos de uma mesma rua: se o motorista chegar rápido demais ao segundo ponto, ainda que dentro da velocidade máxima, o radar saberá que ele acelerou demais durante o percurso.

A ideia é que o veículo se mantenha na velocidade adequada em todo o trecho. Mas nada de pânico, por ora: o equipamento não vai multar –e nem pode, até que uma mudança na legislação de trânsito nacional preveja a infração por velocidade média.

Por enquanto, o radar vai servir apenas para estudos de trânsito e, possivelmente, para embasar campanhas educativas e mudanças na sinalização daqui em diante.

“A questão é que não foi à toa que um engenheiro de tráfego estudou e determinou a velocidade máxima daquela via”, comenta a secretária municipal de Trânsito de Curitiba, Luiza Simonelli.

“Não foi para travar a cidade, para fazer o cidadão não andar. E por que ninguém respeita? Isso tem que ser compreendido pelas pessoas.”

Com o radar em funcionamento, a Prefeitura de Curitiba pretende saber qual a porcentagem de motoristas que desobedece aos limites de velocidade. E, a partir daí, atuar para reforçar a segurança.

Uma pesquisa recente do município mostrou que cerca da metade dos condutores não respeita os limites de velocidade. No futuro, o radar também poderá subsidiar painéis de informação ao motorista, informando, por exemplo, o tempo médio de percurso de um determinado trecho.

Outros casos

A cidade de São Paulo e o Estado de Minas Gerais também já testaram equipamentos semelhantes. Em São Paulo, o teste feito na 23 de Maio, em 2011, mostrou que as multas aumentariam sete vezes caso fosse aplicada a infração por velocidade média.

Tanto em São Paulo como em Minas os dados renderam estudos que podem embasar a aplicação das multas por velocidade média no futuro, quando e se a legislação permitir. Também geraram relatórios estatísticos que servirão para o planejamento de fluxo nesses locais.

Em Curitiba, o equipamento piloto será instalado na rua Fredolin Wolf, no bairro Santa Felicidade. O trecho a ser monitorado tem cerca de 900 metros. Por ser um projeto piloto, proposto por uma empresa da cidade, o radar não terá custo para o município. Ele será testado por 90 dias e, depois, pode ser adotado em outros pontos da cidade.

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