O Conselho de Segurança das Nações Unidas (ONU) realiza nesta quinta-feira (10) reunião de emergência sobre a escalada de violência entre Israel e o Hamas.

O secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, vai apresentar informações recentes sobre a situação do conflito. Em seguida, ocorrerão consultas entre os membros do conselho.

A reunião foi marcada a pedido de enviados árabes à região. A reunião do Conselho de Segurança da ONU também tinha sido reclamada pelos palestinos e pelos países árabes, além do próprio secretário-geral, Ban Ki-moon.

“Gaza está sobre o fio da navalha”, advertiu o secretário. “Condeno firmemente os múltiplos ataques com foguetes de Gaza para Israel. Tais ataques são inaceitáveis e devem parar.”

Ban Ki-moon informou que manteve contato com o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, o presidente palestino, Mahmoud Abbas, o secretário de Estado norte-americano, John Kerry, dirigentes egípcios, sauditas e catarenses. Ele disse que pediu a Netanyahu a “máxima contenção” e denunciou “as crescentes perdas civis em Gaza.”

Ruanda, que preside o conselho até julho, disse que Ban e os embaixadores israelense e palestino farão uma declaração pública antes das consultas a portas fechadas.

Os ataques aéreos de Israel atingiram Gaza a cada poucos minutos na quarta e os militantes mantiveram disparos de foguetes no coração de Israel – um conflito crescente que autoridades palestinas disseram já ter matado dezenas.

“Também exorto (o primeiro-ministro israelense Benjamin) Netanyahu a exercer o máximo comedimento e a respeitar as obrigações internacionais para proteger os civis. Condeno o número crescente de vidas civis perdidas em Gaza”, declarou o secretário.

“Os líderes regionais têm um papel vital a desempenhar, e exorto o presidente Sisi e outros para que ajudem a facilitar um retorno ao acordo de cessar-fogo de novembro de 2012”, declarou Ban. “O risco de expansão da violência é real. Gaza, e a região como um todo, não podem se dar ao luxo de outra guerra em larga escala”.

O Cairo mediou uma trégua no conflito dois anos atrás, mas a hostilidade do atual governo militar em relação aos islâmicos em geral e ao Hamas, a quem acusa de auxiliar companheiros militantes na península egípcia do Sinai, pode dificultar uma mediação. O Hamas nega as alegações.

Nenhum dos lados mostra qualquer sinal de que suspenderá seu confronto mais pesado desde uma batalha de oito dias no final de 2012. Israel diz que o Hamas deve parar o lançamento de foguetes de Gaza contra Israel para que um trégua seja considerada. Os militantes lançaram centenas de foguetes, atingindo toda a extensão de Israel e atrapalhando a vida em todo o país. Ninguém ficou seriamente ferido já que o sistema de defesa Domo de Ferro interceptou ao menos 70 projéteis destinados para os grandes centros populacionais.