Comissão acha improvável remédio ter causado mortes na Santa Casa e mistério prossegue

Em coletiva de imprensa realizada na tarde desta terça-feira (22), a presidente da Comissão de Óbitos da Santa Casa, Priscila Alexandrino, declarou ser improvável que as mortes de três pacientes submetidas à quimioterapia foram causadas pelo medicamento 5-FU (Fluoro-Uracil).

“O medicamento é usado há quarenta anos no país e nunca houve casos de mortes em outro lugar. Portanto, as hipóteses não foram descartadas, mas as chances caíram bastante”, garante a presidente da Comissão.

Os técnicos permanecerão na Santa Casa até sexta-feira (25). Eles têm ouvido também familiares das vítimas. Serão analisados ainda protocolos dos últimos três anos, para checar os procedimentos e tentar descobrir as causas das três mortes.

A quarta paciente que passou mal durante sessão de quimioterapia, uma senhora de 71 anos, está com o quadro de saúde estável e será transferida para o Hospital São Julião, por precisar apenas de suplementação alimentar.

O caso

A Santa Casa criou uma comissão na sexta-feira (18) para investigar as mortes das pacientes Maria Glória Guimarães, 61 anos, Carmem Insfran Bernard, 42 anos, e Norotilde Araújo Greco, de 72, que foram submetidas a sessões de quimioterapia à base de Leucovorin – ácido folínico – e ácido solínico entre 24 e 28 de junho.

Após alguns dias, as três, em dias alternados, voltaram ao hospital com reações anormais ou exageradas aos medicamentos, segundo informou a direção da Santa Casa. Os quadros pioraram até a morte das três.