“Aranha se precipitou um pouco em querer brigar”, opina Pelé

O Grêmio já foi excluído da Copa do Brasil, a torcedora que foi flagrada chamando o goleiro Aranha de “macaco” já está respondendo pelo seu ato, mas o maior jogador de futebol de todos os tempos, Pelé, ainda não havia se pronunciado sobre o caso de racismo ocorrido em partida entre Grêmio e Santos, em […]

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O Grêmio já foi excluído da Copa do Brasil, a torcedora que foi flagrada chamando o goleiro Aranha de “macaco” já está respondendo pelo seu ato, mas o maior jogador de futebol de todos os tempos, Pelé, ainda não havia se pronunciado sobre o caso de racismo ocorrido em partida entre Grêmio e Santos, em Porto Alegre. Na tarde desta quarta-feira, enfim, o jogador deu sua opinião. E foi surpreendente: o goleiro Aranha errou ao ter dado tamanha atenção para a ofensa racista.

“O Daniel (Alves, do Barcelona) no ano passado foi bater um escanteio na Espanha, e jogaram uma banana. Ele comeu a banana, bateu o escanteio e ninguém falou mais nada. Se ele jogasse de volta para o público até agora estaríamos falando nisso. O Aranha se precipitou um pouco em querer brigar com a torcida”, avaliou Pelé, em evento ocorrido no morro da Mineira, na zona norte do Rio de Janeiro, ao inaugurar uma quadra de futebol que gera energia cinética com o movimento dos jogadores para iluminar, à noite, o bate-bola dos moradores.

“Se eu fosse parar um jogo cada vez que me chamassem de macaco e crioulo, todo o jogo tinha que parar”, disse sobre o tempo em que era perseguido pelos torcedores rivais, principalmente os argentinos. “O torcedor dentro de sua animosidade ele grita de qualquer forma. A gente tem que coibir o racismo, mas não é dessa forma”, completou.

Sempre fazendo um comparativo com a época em que vestia a camisa do Santos e da Seleção Brasileira, o eterno ídolo do futebol brasileiro afirmou ainda que “o Santos tinham o Dorval, o Pelé também era negro. A gente não dava atenção. Quanto mais atenção der, mais vai aguçar”.

“Tem que coibir o racismo, é o mesmo que criticar uma raça amarela do japonês, do pobre que toda hora é alguém discriminado. O futebol que é algo de emoção, mas tem que tomar muito cuidado com o respeito a essas ações”, disse ainda sobre toda a repercussão do caso, inclusive com a eliminação do Grêmio da Copa do Brasil pelo Superior Tribunal de Justiça Desportiva.

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