Apaixonado por LPs, colecionador abre loja de discos com selos raros e antigos

Na era da internet, onde tudo é baixado no computador, de programas a músicas e filmes, abrir uma loja que venda LPs, Cds e DVDs, pode parecer loucura. Afinal, quem vai pagar por algo que está disponível de graça? Mas, ao contrário da afirmação, lojas que se especializaram em vender esses artigos vêm surgindo cada […]

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Na era da internet, onde tudo é baixado no computador, de programas a músicas e filmes, abrir uma loja que venda LPs, Cds e DVDs, pode parecer loucura. Afinal, quem vai pagar por algo que está disponível de graça?

Mas, ao contrário da afirmação, lojas que se especializaram em vender esses artigos vêm surgindo cada vez mais no mercado, e feito sucesso. Quem decidiu investir no mercado, que pode parecer tímido, não tem se arrependido.

De acordo com a Federação Internacional da Indústria Fonográfica (em inglês, IFPI) a venda de LPs atingiu em 2012 o ponto mais alto desde 1997, quando foram lançados recordistas de vendas como Ok Computer, do Radiohead, e MMMbop, do Hanson.

Conforme a IFPI, as vendas globais de discos em vinil chegaram a US$ 171 milhões em 2012, um crescimento de 52% ante 2011. Já a pesquisa SoundScan, da Nielsen mostra que, em 1993, nos Estados Unidos, foram vendidas meras 300 mil cópias. Quase vinte anos depois, esse número começou a crescer novamente, passando de 1 milhão de unidades em 2007, para 4,6 milhões de unidades no ano passado.

Como se pode ver a procura por LPs, confirma Luigi Pietro, de 38 anos, que abriu a Sub Cultura Records, há cerca de um mês, nunca parou. Os apaixonados por vinil, como ele, vão onde for à busca do bolachão raro.

Ele conta que a paixão, que se iniciou ainda menino, a coleção começou aos 14 anos, foi se crescendo com o tempo, e hoje, quase 25 anos depois, são mais de mil discos, apenas de seu arquivo pessoal.

Raridades como o disco pirata do U2 – 2 Sides Live – são guardados a sete chaves. A joia que foi comprada em uma feira no Rio, por pouco dinheiro, vale em torno de R$ 400 a R$ 500 no mercado virtual, revela.

Outra raridade, o álbum “Now it can be told”, da banda norte-americana Devo, é um dos queridinhos de Pietro. Ele explica que o disco duplo se tornou peça de colecionador por que em um dos lados do disco, em vez de musica, os integrantes ‘riscaram’ o disco com desenhos e autógrafos.

O último lançamento do Pink Floyd, com prensagem azul, é outra raridade que o colecionador mostra com orgulho.

Algumas peças são queridas não pela raridade, mas pelo contexto. O primeiro disco de música punk lançado no país é uma das peças que Pietro guarda com carinho. O albím “Punk Rock” que foi lançado pela Revista Pop traz grandes nomes da cena punk, como Sex Pistols, ramones, The Runaways, The Jam, entre outros.

O álbum “Another Kind of Noise”, uma coletânea de bandas independentes dos anos 90, é outro que o colecionador conta ser especial, exatamente, por trazer para o mercado fonográfico bandas mais alternativas.

Na mesma linha, outra coletânea, mas prensada aqui no Brasil, e com patrocínio da loja, é outro disco que Pietro exibe. O “Pré-Ambulatório”, de Lê Almeida, músico e produtor carioca, que reuniu uma galera da baixada fluminense e lançou um selo e pôs todo mundo para gravar, é especial por ter a marca Sub Culture no encarte.

“O disco foi gravado pelo sistema de financiamento coletivo, crowdfunding, e nós pudemos pela primeira vez colaborar. É muito legal ver a sua marca estampada em um disco”, diz.

Sobre as gravações independentes, ele revela que este é outro mercado que vem crescendo. Na La Sub Culture, por exemplo, muitos artistas que optaram por gravações alternativas tem espaço garantido. E o melhor, o preço de CD sai por R$ 5,00.

Os bolachões começam por R$ 8,00 e podem chegar até a R$ 100,00, conforme a raridade de cada um. Já os DVDs custam em torno de R$ 10,00 a R$ 40,00. Livros começam a partir de R$ 1,00.

A loja de Pietro, de número 20, está localizada na antiga rodoviária, no 2⁰ piso.

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