Alvo da PF, traficantes queriam Boeing e construir submarino

Cerca de 250 policiais federais e 25 servidores da Receita Federal fazem nesta sexta-feira a Operação Águas Profundas em sete Estados brasileiros – Goiás, São Paulo, Paraná, Pará, Minas Gerais, Mato Grosso e Santa Catarina. O objetivo é desarticular uma quadrilha especializada em tráfico internacional de drogas que vinha sendo investigada há dois anos e […]

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Cerca de 250 policiais federais e 25 servidores da Receita Federal fazem nesta sexta-feira a Operação Águas Profundas em sete Estados brasileiros – Goiás, São Paulo, Paraná, Pará, Minas Gerais, Mato Grosso e Santa Catarina. O objetivo é desarticular uma quadrilha especializada em tráfico internacional de drogas que vinha sendo investigada há dois anos e meio. Segundo a Polícia Federal (PF), o grupo possuía um projeto de engenharia para construir um submarino na África e a intenção de comprar um Boeing 737 para enviar o entorpecente para diferentes continentes. Além disso, planejava constituir uma empresa aérea para voos internacionais, usando o avião, para fazer o transporte sem levantar suspeitas.

A quadrilha atuava em mais de 30 países, como Holanda, Estados Unidos, China, Uruguai, Bélgica, Espanha, França, África do Sul, Itália, Coréia, entre outros. Estão sendo cumpridos dez mandados de prisão preventivas, 28 de conduções coercitivas (quando a pessoa é obrigada a depor) e 47 de busca e apreensão nas cidades de Goiânia (GO), Aparecida de Goiânia (GO), Goiatuba (GO), Rio Verde (GO), Guarujá (SP), Ribeirão Preto (SP), Bertioga (SP, São Paulo (SP), Campinas (SP), Santos (SP), Londrina (PR), Belém (PA), Icoaraci (PA), Belo Horizonte (MG), São José do Xingu (MT) e Itajaí (SC).

De acordo com a Polícia Federal, foi feito levantamento do patrimônio dos integrantes da quadrilha resultando na identificação e sequestro de 46 imóveis avaliados em aproximadamente R$ 100 milhões. Entre eles, estão um hotel, nove fazendas, uma chácara, seis casas, 26 lotes, quatro apartamentos na praia, cinco apartamentos e um box de garagem, além de dezenas de veículos e contas bancárias.

A investigação apurou que a quadrilha possui “alto grau de profissionalismo” em suas atividades e uma estrutura logística com alcance em diversos setores, desde aeroportos, portos, despachantes aduaneiros, casas de câmbio, construtoras, hotel, fazendas e empresas agropecuárias. O grupo usaria para as atividades as mesmas regras utilizadas pelos negócios das grandes empresas. De acordo com a PF, eram usados os mesmos princípios da economia de mercado, com a utilização de diversos mecanismos contábeis, comerciais e cambiais para obter o maior lucro possível e a redução constante de custos.

Líder atua há mais de 30 anos no tráfico de drogas

Segundo a PF, o líder da organização, apontado como Mário Sérgio Machado Nunes, atua há mais de 30 anos no tráfico de drogas. Ele seria credor do chefe da quadrilha Los Urabeños, Henry de Jesús Lopez Londoño – conhecido pelos apelidos de Ninja, Mi Sangre e Salvador -, considerado o maior fornecedor de cocaína do grupo Los Zetas. Ninja foi preso em outubro de 2012 em Buenos Aires, na Argentina. Conforme apurado, ele deve US$ 5 milhões para Mário Sérgio, referente à construção do submarino, que não foi concluído.

Em 2010, Mário Sérgio teria empregado US$ 20 milhões na construção de embarcações para o envio de cocaína colombiana para a África. O projeto, no entanto, também não foi acabado.

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