Advogado discute com promotor e júri do Carandiru é interrompido

O terceiro júri do massacre do Carandiru – episódio em que 111 presos foram mortos, no dia 2 de outubro de 1992, na antiga Casa de Detenção de São Paulo – foi interrompido nesta terça-feira após uma discussão entre o advogados dos policiais militares acusados pela morte dos detentos, Celso Vendramini, e o promotor Márcio […]

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O terceiro júri do massacre do Carandiru – episódio em que 111 presos foram mortos, no dia 2 de outubro de 1992, na antiga Casa de Detenção de São Paulo – foi interrompido nesta terça-feira após uma discussão entre o advogados dos policiais militares acusados pela morte dos detentos, Celso Vendramini, e o promotor Márcio Friggi. Em meio ao desentendimento, o advogado abandonou o plenário e, por isso, o juiz Rodrigo Tellini suspendeu o julgamento.

A discussão ocorreu durante o depoimento do comandante do Comando de Operações Especiais (COE) da PM, Arivaldo Sérgio Salgado. O desentendimento se deu porque Vendramini considerou que o promotor “faltou com o respeito”. A intenção inicial do juiz é de dissolver o corpo de jurados.

Quando o promotor Eduardo Olavo começou a ler trechos de depoimentos de Salgado colhidos durante o processo, Vendramini passou a questioná-lo, dizendo que ele não estava fazendo perguntas diretas ao réu. O juiz indeferiu a solicitação, e o advogado disse que não estava recebendo o mesmo tratamento destinado aos promotores. Nesse momento ele abandonou o plenário, interrompendo o julgamento.

Comandante diz ter sofrido disparos

No dia 2 de outubro de 1992, Salgado era o responsável pelo COE. À sua tropa coube ocupar o terceiro andar do pavilhão 9 da Casa de Detenção, que após uma briga entre presos entrou em rebelião. Oito deles foram mortos. Outros dois ficaram feridos a bala.

“Diretamente comecei a sofrer disparos. Revidei já no trajeto para chegar ao terceiro andar. Dei cinco disparos”, disse ele, durante seu interrogatório, ao juiz Rodrigo Tellini. Salgado disse que foram pelos menos três embates. Um no acesso ao andar e outros dois nos corredores mais longos do prédio. Ele afirmou que portava um revólver calibre 38 e não tinha colete balístico. Sua proteção cabia naquele dia a um escudeiro.

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