‘Tráfico de vaga ocorre em todo país’; golpistas usam nomes de funcionários
Uma estudante de enfermagem de outro estado e que tentava ingresso no curso de medicina em Dourados disse em entrevista coletiva, ontem, que o esquema ocorre em todo país. Ela não foi identificada porque teme retaliações. A estudante acredita que a quadrilha negociava vagas ‘remanescentes’ com interessados em vários estados, prometendo acesso ao concorrido curso […]
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Uma estudante de enfermagem de outro estado e que tentava ingresso no curso de medicina em Dourados disse em entrevista coletiva, ontem, que o esquema ocorre em todo país. Ela não foi identificada porque teme retaliações.
A estudante acredita que a quadrilha negociava vagas ‘remanescentes’ com interessados em vários estados, prometendo acesso ao concorrido curso da Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD).
Conta que tentava há cinco anos ingresso em Medicina em várias instituições, que chegou a ficar na lista de espera mas nunca conseguia a vaga porque estas seriam ‘negociadas’ mediante esquema fraudulento.
A jovem disse, ainda, que tomou conhecimento da proposta através de uma conhecida, cuja mãe teria conexões com o pivô do esquema, em Dourados. Um dos elementos, inclusive, utilizava o nome de um funcionário que não sabia de nada.
No dia em que ela e colegas iriam começar a frequentar as aulas, o estelionatário ligou e disse que elas não deveriam ir porque o sistema estava fora do ar e que deveriam aguardar. Desconfiadas, começaram a investigar.
Em sondagem no facebook, a estudante descobriu que o suposto funcionário não era a mesma pessoa que se apresentava durante as poucas reuniões que tiveram para tratar do caso. Temendo pelo pior, ela procurou a polícia.
Uma mulher e dois homens foram indiciados por estelionato e formação de quadrilha (associação criminosa).
Em nota a UFGD informou que o ingresso a qualquer curso da UFGD se dá, primeiramente, por meio de modalidades de ingresso regulares, sendo elas o Processo Seletivo Vestibular e, a partir deste ano, também o ENEM/SISU.
“No que tange às vagas denominadas ociosas, que se tornam remanescentes ao longo do ano letivo dentro dos cursos, a UFGD esclarece que, quando existem, são devidamente preenchidas por meio de edital público, no qual são definidos os critérios utilizados para a seleção de acordo com a legislação vigente. Cabe informar, que desde 2007, não existem vagas ociosas no curso de Medicina da UFGD. A instituição alerta para as práticas da oferta, negociação e venda de vagas, pois tratam-se de ações criminosa”.
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