Tombini anuncia que BC continuará intervindo no câmbio em 2014

O presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, anunciou nesta quinta-feira que o programa de intervenção cambial será estendido para além deste ano e reforçou que as “autoridades nacionais” podem agir para mitigar os efeitos da volatilidade internacional. “Aproveito a oportunidade para informar que, com alguns ajustes, o Banco Central estenderá o programa de oferta de […]

Ouvir Notícia Pausar Notícia
Compartilhar

O presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, anunciou nesta quinta-feira que o programa de intervenção cambial será estendido para além deste ano e reforçou que as “autoridades nacionais” podem agir para mitigar os efeitos da volatilidade internacional.

“Aproveito a oportunidade para informar que, com alguns ajustes, o Banco Central estenderá o programa de oferta de hedge cambial no futuro”, afirmou Tombini, durante evento da Febraban, em São Paulo.

Logo após o anúncio de Tombini, o dólar acelerou a queda a mais de 1 por cento ante o real, voltando a se distanciar do patamar de 2,40 reais. Às 16h17, o dólar era cotado a 2,3619 reais na venda, em queda de 1,13 por cento.

O BC tem atuado diariamente no câmbio desde o fim de agosto, oferecendo de segunda a quinta-feira 10 mil contratos de swap cambial tradicional e na sexta-feira vendendo até 1 bilhão de dólares com compromisso de recompra, em um programa previsto para durar até o fim deste ano.

“O BC tem atuado e vem oferecendo proteção cambial aos agentes econômicos e liquidez aos mercados. Em 2014, o Banco Central não sairá de cena neste mercado.”

O dólar acumula alta de 19,36 por cento ante o real desde o início de maio, causando preocupação em relação à inflação, que ainda se mantém longe do centro da meta de 4,5 por cento ao ano.

Tombini disse que o BC tem se mantido “especialmente vigilante” na condução de política monetária, e reforçou que inflação elevada gera distorções e aumenta os riscos para a economia.

Em ata da reunião da semana passada do Comitê de Política Monetária (Copom), divulgada nesta quinta-feira, o BC disse ser “apropriada” a manutenção do ritmo de ajuste monetário “ora em curso” e que deve manter-se “especialmente vigilante” em relação à inflação. Contudo, a autoridade monetária ponderou que a transmissão dos efeitos da política monetária “ocorre com defasagens”, o que foi entendido por parte do mercado como uma indicação de que o BC pode reduzir seu ritmo de elevação da Selic no futuro próximo.

“A transmissão das ações de política monetária para inflação ocorre com defasagens e envolve um certo grau de incerteza sobre a intensidade com que a inflação irá reagir às ações de política”, afirmou Tombini em discurso.

Para ele, as incertezas sobre os efeitos crescem no atual ambiente de turbulência nos mercados, que fizeram as taxas de juros futuros dispararem, com o contrato para janeiro de 2017 saindo de 11,5 por cento no começo de outubro para 12,20 por cento no fechamento na quarta-feira.

“Essa incerteza pode aumentar em ambiente como o atual, em que a volatilidade dos mercados financeiros tem sido ampliada pela forte inclinação da curva de juros nas economias maduras, em particular, nos Estados Unidos”, disse o presidente do BC, reforçando que as autoridades brasileiras poderão agir para suavizar os efeitos da volatilidade nos mercados domésticos.

Para Tombini, o resultado do Produto Interno Bruto (PIB) do terceiro trimestre mostra crescimento gradual da atividade econômica, que depende do fortalecimento da confiança.

O PIB brasileiro encolheu 0,5 por cento no terceiro trimestre sobre os três meses anteriores.

Conteúdos relacionados