Remuneração baixa afastou investidores, diz especialista

A fraca competição observada no leilão de transmissão realizado nesta sexta-feira é um sinal claro de que a taxa proposta pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) para os empreendimentos para o custo médio do capital ponderado (WACC) não atraiu os investidores. A opinião é do consultor financeiro Humberto Gargiulo, da Upside Finanças Corporativas. “As […]

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A fraca competição observada no leilão de transmissão realizado nesta sexta-feira é um sinal claro de que a taxa proposta pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) para os empreendimentos para o custo médio do capital ponderado (WACC) não atraiu os investidores. A opinião é do consultor financeiro Humberto Gargiulo, da Upside Finanças Corporativas.

“As contas não fecham, a remuneração não cobre o risco dos empreendimentos”, avaliou o especialista. Ele criticou o WACC fixado de 4,6%, em comparação aos 5,0% usados anteriormente para os cálculos da Receita Anual Permitida (RAP). “É muito abaixo do que seria razoável”, comentou, sugerindo que a taxa deveria estar na casa dos 7,0%.

Gargiulo chamou atenção para a ausência das estatais subsidiárias da Eletrobrás. Questionado se a falta não estaria relacionada ao novo momento do grupo estatal, que está em processo de reestruturação após a renovação das concessões, que reduziu sua receita, Gargiulo destacou que recursos não faltam à empresa, que vem recebendo as indenizações de suas concessões cujos contratos foram prorrogados.

O profissional assessorou Furnas, que participava de cinco consórcios, um com a Taesa (Consórcio Carioca), que se cadastrou para disputar o Lote E do leilão; um com a Caixa Milão (Airumã), para disputar o Lote G; um com a Caixa Milão e a Celg (Vale do São Patricio), para o Lote D; e dois diferentes com Caixa Milão e Copel-Camanducaia e Cantareira, cadastrados para disputar os lotes J e F, respectivamente. Nenhum consórcio apresentou propostas. Em quatro dos cinco lotes de interesse, não houve interessados e para um deles, o G, houve apenas uma oferta, da Neoenergia, que levou o projeto.

A Eletronorte teve representação semelhante a Furnas, com a presença em consórcios que não fizeram ofertas. Já Eletrosul, em consórcio com a espanhola Elecnor (51%) e a Copel GT (24,5%), fez ofertas pelos lotes A e B, sem sucesso. Questionado sobre a ausência das estatais, o diretor da Aneel, Julião Coelho, lembrou que as regras impuseram barreiras para que empresas com histórico de atraso nas obras participassem sozinhas ou no controle de um consórcio.

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