Redes sociais podem ajudar investigação sobre morte de boliviano

A Justiça da Bolívia procura nas mídias sociais imagens que poderão ser usadas para esclarecer a atuação dos 12 torcedores corintianos que tiveram a prisão cautelar decretada em Oruro (Bolívia). “Se um vídeo [de mídia social], com outros elementos, se configurar como uma prova, tem validade”, argumenta Julio Huarachi Pozo, juiz à frente do caso. […]

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A Justiça da Bolívia procura nas mídias sociais imagens que poderão ser usadas para esclarecer a atuação dos 12 torcedores corintianos que tiveram a prisão cautelar decretada em Oruro (Bolívia).

“Se um vídeo [de mídia social], com outros elementos, se configurar como uma prova, tem validade”, argumenta Julio Huarachi Pozo, juiz à frente do caso. “Funciona assim na Justiça boliviana.”

Os brasileiros foram transferidos ontem para a penitenciária de São Pedro. Ela fica próxima ao estádio onde, na última quarta-feira, durante partida válida pela Libertadores entre Corinthians e San José, o jovem boliviano Kevin Beltrán Espada, 14, morreu após ser atingido no olho direito por um sinalizador.

Segundo Pozo, quem definirá se os torcedores brasileiros ficarão separados ou juntos dos demais presos será a direção da penitenciária.

A prisão cautelar, que pode chegar a até seis meses, é uma medida para impedir que os torcedores abandonem o país, o que poderia atrapalhar as investigações. “Não se trata de uma presunção de culpa. É apenas um procedimento padrão no que chamamos de fase preparatória [do processo]”, diz.

Não ficou claro se poderão requerer habeas corpus. “Eles terão os seus direitos constitucionais garantidos”, respondeu a delegada Abigail Saba, sobre esse assunto.

Não passou despercebida pelo juiz boliviano a presença ontem na sessão, que durou cerca de três horas e que culminou na prisão dos suspeitos, de Eduardo Sabóia, ministro conselheiro da Embaixada do Brasil na Bolívia.

Sabóia levara aos torcedores itens como cobertores e pasta de dente para confortá-los. Afirmou que trabalhará para garantir que a dignidade deles não seja atingida. “Já conversei com ele [Sabóia] e expliquei que esse caso irá se resolver o mais rápido possível”, disse Pozo.

Ele confirmou que um representante legal da vítima entrou com uma ação civil pedindo a detenção preventiva dos brasileiros e comentou que a querela se aproxima do Ministério Público.

Entre os presos, existe o sentimento de que há pressão para que eles delatem quem disparou o sinalizador. Dois dos detidos foram indiciados como autores do homicídio, como é tratada a morte pela polícia. Os outros dez que estão presos vão responder como cúmplices do ocorrido. Há membros de organizadas e torcedores sem vínculos com torcidas.

Funeral

O corpo de Kevin Espada chegou ontem a Cochabamba, cidade a 210 km de Oruro na qual o garoto morava com seus familiares. O enterro deve acontecer neste sábado.

Espada era torcedor fanático do San José, clube que não está nem entre os quatro maiores da Bolívia.

Em sua página no Facebook, o adolescente aparecia com camisas e bandeiras da equipe de futebol.

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