Presa por tráfico de drogas de Campo Grande conquista coroa de Miss Penitenciária MS 2013

Confirmando o favoritismo,  Hellen Moraes, de 20 anos, foi escolhida a Miss Penitenciária MS de 2013. A torcida era toda para ela. As detentas do presídio feminino Irmã Zorzi, no bairro Coronel Antonino, em Campo Grande, deliravam quando ela passava. A cada voltinha, a cada sorriso, todas iam à loucura e gritavam o nome de Hellen. […]

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Confirmando o favoritismo,  Hellen Moraes, de 20 anos, foi escolhida a Miss Penitenciária MS de 2013. A torcida era toda para ela. As detentas do presídio feminino Irmã Zorzi, no bairro Coronel Antonino, em Campo Grande, deliravam quando ela passava. A cada voltinha, a cada sorriso, todas iam à loucura e gritavam o nome de Hellen.

Até a miss atual, Naywsany Fernandes da Costa, 23 anos, confessa que quer passar a faixa para ela. “Quero que ela seja escolhida, porque é daqui de Campo Grande”, pontua.

E assim foi. Já escolhida pelas colegas, Hellen Moraes, 20 anos, também foi a preferida dos jurados, apesar de ter se mostrado insegura diante das concorrentes, que conheceu apenas hoje. “Estou com medo. Todas são muito bonitas”, diz Helen antes do final do concurso.

Mas, mesmo com a hostilidade da torcida, as meninas que vieram de Três Lagoas, Jateí, Rio Brilhante, São Gabriel do Oeste e Corumbá não desanimaram.

De Três Lagoas, Kelly Evangelista de Jesus, 25 anos, conta que a disputa foi acirrada na cidade, e hoje, apesar de não estar em casa, sente-se mais tranquila que na primeira etapa. “Estou bem menos ansiosa. Lá em Três Lagoas fiquei muito nervosa”, conta.

Assim como a principal rival, ela foi presa por tráfico. A jovem que não quis detalhar sua história conta apenas que está detida há um ano e dois meses e que espera reiniciar a vida quando sair da prisão. “Vou começar do zero. Não quero mais fazer nada errado”, enfatiza.

A cuiabana Cássia Farias Bezerra, 21 anos, presa em São Gabriel do Oeste, ficou em segundo lugar. Ela também foi detida por tráfico. A jovem, que ainda aguarda julgamento, diz que a expectativa do concurso é a melhor possível. “Espero o melhor. Porque lá em São Gabriel a briga foi boa”, diz.

De Corumbá, Ana Cláudia Santos Nascimento, 21 anos, diz estar tranquila para a disputa. Ela conta que quer mudar e não cometer os mesmos erros. Ela foi presa por tráfico.

O Concurso

Em sua 6ª edição, o Concurso Miss Penitenciária foi criado com a ideia de fortalecer a autoestima de mulheres detidas em institutos penais e, ao mesmo tempo, promover a socialização, explica a coordenadora Especial de Políticas Públicas para as Mulheres, Thai Loschi.

Prestigiando o evento, a primeira dama Beth Puccinelli conta que participa todos os anos do concurso. “Faço questão de vir. Se tenho algum compromisso, cancelo, como fiz hoje”, afirma.

Beth Puccinelli lembra que o concurso é importante para fazer as mulheres pensarem que a vida continua, e que este momento que estão vivendo é apenas uma passagem. “É preciso ver outras possibilidades”, pontua.

Já a vereadora Carla Stefanini conta que sempre se emociona durante o concurso. “Fico muito emocionada vendo a comunidade interagindo com essas mulheres em situação de prisão. É muito importante para ajudá-las a resgatar a autoestima. É um momento de integração”, diz.

O concurso está sendo realizado nesta quinta-feira (28) desde as 13h30. Além de autoridades, também estiveram presentes a miss Mato Grosso do Sul, Patrícia Marchy e o mister Brasil Diversidade, Carlos Gabriel de Freitas.

O evento é promovido pela Agepen em parceria com a Subsecretaria da Mulher e da Promoção da Cidadania.

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