Prejuízo da USP com ocupação deve passar de R$ 1 milhão, diz reitor

O reitor da USP (Universidade de São Paulo), João Grandino Rodas, disse nesta quinta-feira (14) que o prejuízo causado pela ocupação da reitoria da instituição deve ultrapassar o valor de R$ 1 milhão. Rodas deu entrevista ao programa de rádio da USP “Palavra do Reitor” e afirmou que, embora a auditoria patrimonial no prédio da […]

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O reitor da USP (Universidade de São Paulo), João Grandino Rodas, disse nesta quinta-feira (14) que o prejuízo causado pela ocupação da reitoria da instituição deve ultrapassar o valor de R$ 1 milhão.

Rodas deu entrevista ao programa de rádio da USP “Palavra do Reitor” e afirmou que, embora a auditoria patrimonial no prédio da Administração Central não tenha sido finalizada, já foi possível constatar furtos e danos a móveis, persianas, equipamentos de informática e de telefonia, materiais de escritório, portas arrombadas e paredes pichadas, além do desaparecimento de processos e documentos.

“O acontecido é um escárnio aos milhões de alunos universitários brasileiros que não têm acesso às universidades públicas, bem como aos 42 milhões de paulistas que mantém a USP, no último ano a um custo de R$ 4 bilhões de reais”, disse o reitor na entrevista.

O reitor também afirmou que os estragos serão cobrados judicialmente dos responsáveis. “Nesse caso, a destruição se iniciou com a marretada dada por um funcionário de um dos sindicatos da universidade. Ela se estendeu por 42 dias, com a destruição que todos viram e, durante as negociações e as falas com o juiz, apareceram não só o Diretório Central dos Estudantes como também os dois sindicatos, intitulando-se observadores”.

Reintegração de posse

Após 42 dias de ocupação, a reintegração de posse do prédio da reitoria foi feita pela Tropa de Choque da PM por volta das 5h dessa terça-feira (12).

Aberto para a imprensa após vistoria da polícia, o saguão e as salas do andar térreo do prédio apresentavam muitas pichações, vidros quebrados, e sujeira no prédio. Segundo a assessoria da USP, equipamentos eletrônicos foram destruídos ou furtados.

Os andares superiores não tinham marcas de vandalização, apenas gavetas e armários abertos. No térreo havia também dois pianos e móveis novos embalados.

Alunos detidos

Os dois estudantes detidos durante a reintegração de posse da reitoria da USP foram liberados por volta das 18h30 de ontem (13). Eles estavam no CDP (Centro de Detenção Provisória) de Osasco (Grande São Paulo).

João Vitor Gonzaga, 27, e Inauê Taiguara Monteiro de Almeida, 23, foram soltos após uma decisão da juíza Juliana Guelfi, do Dipo (Departamento de Inquéritos Policiais e Corregedoria da Polícia Judiciária), órgão ligado ao Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo.

Os estudantes foram presos do lado de fora do prédio da reitoria durante a ação de reintegração de posse feita pela Tropa de Choque da PM e afirmam que não participaram da ocupação. Eles são acusados de formação de quadrilha, furto e danos ao patrimônio.

Segundo a defesa dos alunos, eles estariam em uma festa do curso de filosofia e teriam se aproximado do prédio da reitoria para saber o que estava acontecendo. Os estudantes afirmam ainda terem apanhado dos policiais, com socos na boca do estômago e chutes nas pernas, durante a abordagem.

Histórico da greve

Os alunos da USP entraram em greve no dia 1° de outubro e ocuparam a reitoria em protesto por democracia nas eleições da universidade. Os estudantes querem que o reitor seja escolhido em um processo de eleição direta em que toda a comunidade universitária possa votar.

As próximas eleições da universidade acontecem no dia 19 de dezembro e não terão voto direto. Quatro chapas concorrem à gestão da reitoria – três delas encabeçadas por professores que integram a administração de João Grandino Rodas, o atual reitor, que mantém discrição sobre o candidato preferido.

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