‘O ladrão queria ser meu amiguinho’, diz estudante sequestrada em Campo Grande

‘O ladrão queria ser meu amiguinho’, diz estudante sequestrada em Campo Grande
No local e hora errada. Essa foi a conclusão da estudante de 23 anos, quase um mês após ter sido sequestrada e ter o seu veículo vendido no Paraguai. “Fui fazer um cursinho preparatório para a OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) na faculdade. Quem iria imaginar ser abordada por um ladrão no meio da tarde. E ele me pegou de surpresa, no momento em que estava entrando no carro”, conta a estudante de Direito.
Assim que entrou no carro, o bandido identificado como Mário Neves de Queiroz Filho, 27 anos, pediu a ela para ir ao banco do passageiro. “Ele falou perdeu patricinha, vai para o lado. E ainda com dificuldades de ligar o carro, disse a ele que era só girar a chave, mas que me deixaria sair primeiro. O bandido me respondeu que logo eu seria liberada”, conta a jovem.
Em alta velocidade, a menina diz que Mário foi para ao bairro Moreninhas e lá pegou um comparsa. Se trata de Weverton David de Souza Antônio, 21 anos. “Por sorte ele não me feriu e parecia muito entediado com a situação. Queria receber logo a ligação do comparsa e sair dali. E pouco antes de me liberar, ele exigiu que eu fizesse uma ligação para a minha mãe, mentindo que estava tudo bem”, relembra a menina.
Sempre se referindo a ela como ‘patricinha’, por volta das 21h, veio a libertação do cativeiro. “Ele tentava ser meu amiguinho, perguntando coisas da minha vida. Primeiro começou querendo saber se o meu carro tinha seguro, depois se eu tinha namorado e coisas do tipo. Mas teve momentos tensos, porque eu vi o rosto deles”, conta a menina.
Depois de correr por algum tempo, ela pediu carona para várias pessoas. “Por sorte um senhor me ajudou. No começo ele também sentiu medo de assalto na rodovia, mas viu como eu estava. O caminhoneiro então ligou para a minha família e logo acabou o meu sofrimento”, finaliza a jovem.
O seu veículo, um Renault Duster 2012/2013 avaliado em R$ 54 mil, possuía apenas três meses de uso e era ‘da família’, como a jovem disse. Ele foi comercializado por R$ 3 mil na fronteira.