Não matamos animais sadios, afirma coordenador de CCZ em MS

O Ministério Público (MP) investiga morte de animais sadios no Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) em Três Lagoas. De acordo com o promotor de justiça, Antonio Carlos Garcia de Oliveira, o MP recebeu reclamações da Associação de Proteção dos Animais (APA) de que o CCZ do município estaria sacrificando animais com suspeita de leishmaniose […]

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O Ministério Público (MP) investiga morte de animais sadios no Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) em Três Lagoas.

De acordo com o promotor de justiça, Antonio Carlos Garcia de Oliveira, o MP recebeu reclamações da Associação de Proteção dos Animais (APA) de que o CCZ do município estaria sacrificando animais com suspeita de leishmaniose fora da legislação vigente.

“Desde o ano passado que nós instauramos inquérito de maneira a apurarmos essa denúncia. Realizamos investigação sobre o caso com depoimento de funcionários, informações de como os animais são acondicionados, os tipos de tratamento aos animais doentes e atualmente buscamos informações com outros centros de zoonoses para termos como base quais são os princípios básicos de atendimento aos cães e gatos”, explicou Oliveira.

Segundo o promotor, o MP está em constante contato com a prefeita Márcia Moura (PMDB), bem como com o vereador Beto Araújo (PSD) para chegar a uma conclusão sobre o caso.

“Temos trocado informações com a prefeita e seus organismos de trabalho. Nossa sugestão é para que a prefeitura assine um termo de ajustamento de conduta no sentido de dar transparência às condutas praticadas no CCZ. Ainda não tenho a conclusão, mas existem indícios que os procedimentos não eram adequados. Informações de outros centros de zoonoses revelaram que as práticas são diferentes e entendemos que os animais devem ser colocados em locais adequados e não empilhados e que muitos não devem ser sacrificados apenas por perambularem pelas ruas, pelo contrário, deveriam ser recolhidos, receber atendimento, serem castrados e adotados, de maneira a zelar e preservar a vida dos animais conforme o padrão legal e não conforme a cabeça daqueles que comandam um centro de zoonoses”, afirmou o promotor.

O médico veterinário e coordenador do Centro de Controle Zoonoses de Três Lagoas, Antônio Empke, se disse surpreso com a denúncia.

“Falar que fazemos eutanásia em cachorros sadios é uma mentira. Acreditamos que seja mais uma averiguação infundada, eles acreditam que a gente sai nas ruas pegando animais sendo que nossos funcionários são instruídos à recolher animais somente após ligação do proprietário, isso se ele estiver não estiver sadio, se estiver sadio nós não recolhemos o animal”, disse Empke.

Sobre os casos de cães com leishmaniose, maioria entre os sacrificados por eutanásia pelo CCZ, o coordenador afirmou que a quantidade de 300 animais assusta, no entanto, é preciso compreender que o centro não recebe apenas os animais de Três Lagoas, mas também das cidades de Brasilândia, Água Clara e Selvíria, bem como de particulares.

“A quantidade mensal de sacrifícios é a mesma durante muito tempo, jamais mentimos e estamos abertos para qualquer tipo de investigação. Procuro trabalhar com transparência, por isso fico chocado, já que tenho 33 anos de formado e não jogaria fora minha profissão sacrificando animais de maneira irregular, até porque, se fizesse algo errado não seria o município, nem o Ministério Público a me investigar, e sim o Ministério da Saúde, o qual sabe de todas as ações que realizamos aqui no CCZ”, concluiu o coordenador.

DADOS

Segundo números divulgados pelo CCZ em abril, o número de eutanásias caiu para 16,6% neste primeiro quadrimestre.

Até 2012, a média mensal era de 350 cães sacrificados, maioria deles com leishmaniose. Já neste ano, a média caiu para 300 animais mês.

Além disso, o CCZ também tem registrado uma média de 30 gatos sacrificados com leishmaniose ao mês.

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