Na despedida, Ricardo Mello se emociona e diz que realizou ‘sonho’
Desde o primeiro ponto conquistado como profissional, na derrota para Gustavo Kuerten no Challenger de Campinas de 1996, muita coisa se passou para Ricardo Mello até a despedida das quadras. Nesta segunda-feira, Mello disputou a última partida como profissional no Ginásio do Ibirapuera, em São Paulo. Após perder para o argentino Martín Arlund por duplo […]
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Desde o primeiro ponto conquistado como profissional, na derrota para Gustavo Kuerten no Challenger de Campinas de 1996, muita coisa se passou para Ricardo Mello até a despedida das quadras. Nesta segunda-feira, Mello disputou a última partida como profissional no Ginásio do Ibirapuera, em São Paulo. Após perder para o argentino Martín Arlund por duplo 6/4, o brasileiro, 32 anos, foi homenageado pela organização do Brasil Open e bastante aplaudido pelo público.
Mello, que recebeu um convite dos organizadores e já havia anunciado que o torneio seria o último como profissional, teve grande apoio dos torcedores nos 94 minutos de duração da partida. Os fãs compareceram em bom número no setor inferior do ginásio e, após breve vaias para Arlund após o argentino comemorar a vitória de forma mais exaltada, aplaudiram bastante o brasileiro.
Nas cadeiras do ginásio estavam presentes familiares e amigos de Mello, que puderam assistir, no telão localizado na parte lateral da quadra, a imagens da carreira do tenista, um dos sete brasileiros a terem conquistado eventos de ATP na história – os outros são Thomaz Koch, Luiz Mattar, Gustavo Kuerten, Fernando Meligeni, Jaime Oncins e Thomaz Bellucci.
Ainda em quadra, Mello recebeu uma placa da organização do torneio e, com o microfone em punho, fez um discurso emocionado. “É difícil dizer alguma coisa. São 14 anos de tênis e tudo que posso dizer que é foi uma rica experiência de vida rica. Ganhei muito com o tênis, conheci pessoas maravilhosas, amizades q vou levar pro resto da minha vida. Queria ter realizado esse sonho, se não fossem meus pais, irmãos… sem eles eu não teria conseguido”, afirmou.
“São muitas coisas que passam pela cabeça”, prosseguiu. “Estou triste por ter deixado as quadras, mas ao mesmo tempo tenho a sensação de que fiz o que podia ter feito. Gostaria de agradecer ao público por dividir esse momento especial com todos vocês”.
Fora o título da ATP conquistado em Delray Beach, o Brasil Open era o torneio de melhor retrospecto para Mello, que foi semifinalista em 2005, 2010 e 2011, sempre quando o evento ainda era realizado na Costa do Sauípe.
Depois de mais acenos, Mello correu para a lateral da quadra, onde recebeu o cumprimento do amigo Flávio Saretta, ex-profissional que foi o 44º colocado do ranking em 2003 e se aposentou em 2009, as 28 anos.
Na sequência, o campineiro se dirigiu para a saída do ginásio, distribuindo autógrafos aos fãs. Foi a última partida da carreira do atleta, que começou a jogar tênis aos seis anos e que aos 15 conquistou o primeiro ponto na ATP, com uma derrota para Gustavo Kuerten na estreia do challenger de sua cidade natal, para o qual havia sido convidado.
Nove anos mais tarde, Mello desbancaria Guga da posição de número 1 do País, chegando em 2005 ao melhor posicionamento da carreira no ranking, o 50º lugar. Ricardo, cujo paradoxal apelido é “Papagaio” (uma brincadeira pelo fato de falar pouco e ser muito reservado), deixa o tênis citando o desgaste acumulado e com um currículo de 60 vitórias e 94 derrotas em ATPs – coleciona 250 vitórias e 160 derrotas, com 15 títulos em 23 finais disputadas, em challengers, torneios de segundo escalão no circuito.
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