Mandetta garante que escolha do sistema milionário na Saúde foi técnica e não política

Em depoimento à CPI da Saúde na Assembleia Legislativa, o ex-secretário municipal de Saúde e deputado federal Luiz Henrique Mandetta (DEM) garantiu que a escolha de implementação do sistema Gisa, que informatizaria o Sistema Público de Saúde da Capital, foi técnica e não política. Mandetta resgatou que quando entrou na secretaria, em 2005, o município […]

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Em depoimento à CPI da Saúde na Assembleia Legislativa, o ex-secretário municipal de Saúde e deputado federal Luiz Henrique Mandetta (DEM) garantiu que a escolha de implementação do sistema Gisa, que informatizaria o Sistema Público de Saúde da Capital, foi técnica e não política.

Mandetta resgatou que quando entrou na secretaria, em 2005, o município passava por uma crise hospitalar. “A Santa Casa tinha sido fechada, a maternidade em vias de fechar, o São Julião, o Nosso Lar e o Hospital Regional com pouca capacidade de atendimento. Enfim, fizemos um grupo de trabalho e diagnosticamos que precisava mudar isso”, alegou.

O deputado explicou que o sistema usado pela rede municipal de Saúde era o Igia, que já estava desde dos anos de 1990. “Ele era fechado, tinha problemas com a linguagem. Aí começamos a buscar uma alternativa de sistema. Todos são muito recentes e na época não existia um sistema pronto no Brasil para a Saúde”, ressaltou.

O ex-secretário afirmou que foi então que começou a ir no Ministério da Saúde atrás de recursos para implantar um novo sistema. “Tínhamos em Campo Grande na época 700 mil habitantes, mas mais de 1 milhão de carteirinhas do SUS, que mostrava o tanto de gente do interior que tratava por aqui”, argumentou.

Com a constante demanda, Mandetta afirmou que ficou de 2006 a 2008 tentando angariar os recursos para implementar e como não tinha uma empresa que atendesse todas as necessidades contratamos o Consórcio.

Mais de R$ 9 milhões foram disponibilizados pelo Ministério da Saúde e pouco mais de R$ 1 milhão de contrapartida da prefeitura, na gestão de Nelsinho Trad (PMDB), para a contratação dos serviços do Consórcio Telemídia e Technology International, de Naim Alfredo Beydoun, que ficou responsável pelo sistema de consultas marcadas por telefone e a empresa Alert, de Rui Thomas Aquino, responsável pelos prontuários eletrônicos.

“Todas estas demandas eu tratei com uma técnica do Ministério da Saúde chamada Cleusa Bernardo, do Departamento de Regulamentação, Auditoria e Controle. Todo o procedimento foi articulação técnica e não política”, garantiu o deputado federal.

O sistema escolhido tem 12 módulos e segundo Mandetta o principal problema está no que diz respeito ao prontuário, que teria pegado o prontuário do Hospital Universitário Maria Aparecida Pedrossian como modelo, na época.

“Aí então eu saí da secretaria, mas sei que a disponibilização do código fonte é possível pegar com a empresa”, afirmou o ex-secretário. Este é um dos motivos da atual gestão, de Alcides Bernal (PP), justificar a não continuidade da implementação do sistema, além da falta de capacidade da rede para suportá-lo.

Naim Alfredo e Rui Thomas também iriam depor na oitiva de hoje, mas faltaram.

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