Mãe reclama que filha de 3 anos morreu por negligência médica em Campo Grande

Uma menininha de 3 anos, que deu entrada com dor de barriga morreu nesta sexta-feira, no Hospital Regional Rosa Pedrossian. A família acredita que a equipe não tenha dado a atenção necessária à criança.

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Uma menininha de 3 anos, que deu entrada com dor de barriga morreu nesta sexta-feira, no Hospital Regional Rosa Pedrossian. A família acredita que a equipe não tenha dado a atenção necessária à criança.

Mais uma família campo-grandense chora a morte de uma criança por falta de médicos pediatras nos posto de saúde de Campo Grande. Desta vez foi Pietra Espíndola Ferreira, de 3 anos, que morreu na manhã desta sexta-feira (15), por volta das 7 horas, no Hospital Regional Rosa Pedrossian. A família acredita que a causa da morte seja hemorragia.

Muito emocionada a mãe da menina, Zunilda Aparecida Espíndola, de 30, conta que levou a filha a Unidade Básica de Saúde (UBS) do bairro Coophavila II na quinta (14), porque há alguns dias a criança reclamava de dor na barriga.

No posto de saúde os atendentes informaram à mãe que não tinha pediatra para atendê-la, mas Zunilda insistiu no atendimento alegando que a filha estava muito mal. Por esse motivo, foi encaminhada para atendimento com um clínico geral.

O clínico que examinou a criança, que disse à mãe que não era pediatra, acreditava que provavelmente seria uma pneumonia e iria encaminhá-la para o hospital. Por volta das 22h, a criança foi encaminhada para a sala de repouso para ser medicada.

De acordo com a mãe, o enfermeiro aplicou soro com dipirona na veia da menina para amenizar a dor na barriga. E depois de 1h a mãe reclamou da demora em transferir sua filha, mas foi informada que teria que esperar.

Depois que retornou a sala viu que a filha estava com os olhos vermelhos e pedia para ir embora. “Ela me pedia para ir embora daquele lugar, se soubesse que iria acontecer isso com minha filha tinha tirado ela de lá”, desabafa a mãe.

Ainda de acordo com a mãe, por volta das 4h30, transferiam a criança para outra sala, foi nesse momento que a mãe viu que a língua da menina estava sangrando. Então o posto de saúde acionou o SAMU (Serviço Móvel de Urgência) e, uma equipe chegou e levou a menina para o hospital.

A mãe, muito abalada, não soube precisar quanto tempo demoraram a informar a situação da filha. Zunilda conta que nesse tempo conversou com a assistente social do hospital, que tentou acalmá-la. A médica que atendeu Pietra chamou a mãe e disse que o quadro dela não era bom. “A médica disse que ela tinha tido uma parada cardíaca e era para eu rezar que o coração dela estava muito fraco”, relata.

Minutos depois veio à notícia que sua pequena filha tinha falecido. Ela conta que quando entrou no quarto a filha estava toda inchada e com sangue escorrendo pela boca. “Eu não entendo ela estava bem apenas com dor na barriguinha e do nada ela morre”, conta em meio as lágrimas.

Em desabafo, mãe relatou que acredita que a morte da filha foi por negligência, tanto dos funcionários, como do médico que atendeu sua filha. “São todos funcionários novos e sem experiência para lidar com essa situação, como pode deixar uma criança de apenas 3 anos morrer e não saber nem a causa da morte”, desabafa.

Ela registrou um Boletim de Ocorrência na Depac (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário) da Vila Piratininga para tentar saber qual foi a motivo que levou a morte de sua filha.

Familiares e amigos estão inconformados com a situação e pedem uma resposta para a morte de Pietra. Toda a família e vizinhos estão reunidos na casa da família, no bairro Pedro Teruel Filho, para tentar consolar a mãe.

Depois da mãe, a mais abalada é a avó Ambrósia Espíndola, de 51 anos, que não se conforma com a morte da menina. Para ela Pietra ainda vai voltar e continuar a alegrar a vida de todos.

“Eu achei muito estranho o que aconteceu com minha netinha, era uma criança tão amorosa e brincalhona com todo mundo. Eu ainda não consigo imaginar que ela se foi, acho que qualquer momento ela vai voltar”, finaliza.

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