Investidores da alemã E.ON começam a se preocupar com operação no Brasil
Enfrentando políticas domésticas radicais de energia verde, a empresa alemã de energia E.ON, voltou-se para o mercado externo de novo, mas como seus tropeços passados no exterior ainda estão frescos na memória, investidores começam a se preocupar se o investimento de 1,3 bilhão de dólares no Brasil não virá se provar, na melhor das hipóteses, […]
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Enfrentando políticas domésticas radicais de energia verde, a empresa alemã de energia E.ON, voltou-se para o mercado externo de novo, mas como seus tropeços passados no exterior ainda estão frescos na memória, investidores começam a se preocupar se o investimento de 1,3 bilhão de dólares no Brasil não virá se provar, na melhor das hipóteses, inoportuno.
Seis anos atrás, uma entrada no sul da Europa terminou em tristeza para Wulf Bernotat, antecessor do presidente-executivo Johannes Teyssen.
Depois de ter perdido para espanhola Acciona e para a italiana Enel a batalha pela aquisição da empresa espanhola Endesa em 2007, Bernotat entrou em uma onda de aquisições de 11,5 bilhões de euros (15,8 bilhões de dólares), com a compra de 12.200 megawatts (MW) de capacidade de geração, principalmente na Espanha, Itália e França.
A expansão coincidiu com a crise de crédito e da dívida soberana na Europa, forçando a empresa a ter quase 6 bilhões de euros em baixas contábeis.
Olhando para o crescimento em outros lugares, a E.ON no ano passado pagou 850 milhões de reais por uma participação de 10 por cento na empresa de energia MPX Energia, para logo depois ver o império de negócios de seu recém-parceiro Eike Batista começar a desintegrar.
Em seguida, a alemã elevou sua participação para 37,9 por cento na MPX como resultado de problemas econômicos de Eike, investindo mais 2,1 bilhões de reais e renomeando a empresa para Eneva para distanciá-la do magnata brasileiro, cuja participação caiu para 24 por cento.
Desde janeiro de 2012, o mês que a E.ON anunciou o movimento na MPX, as ações da Eneva caíram 77 por cento para 2,8 reais, enquanto as ações da E.ON caíram 21 por cento, a 13,11 euros.
“Foi provavelmente tarde demais para E.ON entrar no Brasil. Agora, o negócio está dando muita dor de cabeça”, disse David Duchi, analista na belga KBC Asset Management, que detém 0,13 por cento das ações da E.ON.
A E.ON, ao responder um pedido por comentários, disse em um e-mail que “continua a ver o Brasil como um mercado altamente interessante, onde pode-se esperar significativo crescimento econômico e aumento da demanda por energia.”
Mas analistas dizem que a perspectiva é ainda muito incerta para julgar se ou quando a E.ON pode ser capaz de fazer um retorno de valor do seu investimento na Eneva.
“O ponto decisivo é quanto tempo vai demorar para o investimento da E.ON gerar lucros. Se você colocar previsões de lucros contra os seus investimentos, é claro que vai demorar muito tempo”, disse um top-analista do setor, que não quis ser identificado.
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