Indústria critica alta de juros: ‘essa política não funciona mais’
Representantes do setor industrial criticaram nesta quarta-feira a elevação da taxa básica de juros (Selic) para 10% ao ano, em decisão divulgada pelo Comitê de Política Monetária (Copom) na última reunião do ano. Segundo duas entidades, a taxa não deveria ser o principal instrumento para controle da inflação. “O retorno à taxa básica de juros […]
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Representantes do setor industrial criticaram nesta quarta-feira a elevação da taxa básica de juros (Selic) para 10% ao ano, em decisão divulgada pelo Comitê de Política Monetária (Copom) na última reunião do ano. Segundo duas entidades, a taxa não deveria ser o principal instrumento para controle da inflação.
“O retorno à taxa básica de juros (Selic) de dois dígitos, depois de 20 meses, é negativo, pois esse novo patamar inibirá a expansão dos investimentos privados”, afirmou a Confederação Nacional da Indústria (CNI) em nota. O ciclo de alta começou em abril deste ano e já dura seis reuniões consecutivas.
A CNI admite que o Copom deve continuar monitorando o processo inflacionário, mas sugere outras “armas” para evitar um avanço. “Uma eventual retomada da inflação deva ser combatida, sobretudo, com a utilização da política fiscal, a partir da contenção dos gastos públicos correntes”, aponta a confederação que representa indústrias no Brasil.
Já a Fiesp/Ciesp foi mais dura na crítica, afirmando que trata-se de “um aumento equivocado”. “Essa política econômica já não funciona mais. Se queremos resultados diferentes, precisamos fazer diferente. O Brasil precisa de um novo foco na política econômica: maior controle dos gastos, mais investimento público, mais concessões e menores taxas de juros. Só assim voltaremos a ter o crescimento que a sociedade demanda e merece”, disse em nota Paulo Skaf, presidente das entidades.
Em nota, a Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan) diz que o retorno da taxa Selic aos dois dígitos, dificultará ainda mais a retomada do crescimento doméstico, principalmente se levada em consideração a “perspectiva de redução da liquidez internacional em um horizonte próximo, quando o aumento do diferencial de juros exigirá novos aumentos dos juros básicos brasileiros”.
“Soma-se a isso uma inflação persistentemente elevada e um contínuo aumento do déficit em conta-corrente, que já se encontra no maior patamar dos últimos 11 anos. Nessas condições, fatalmente a economia brasileira continuará fadada a baixas taxas de crescimento”, diz a nota da Firjan. A entidade empresarial “insiste em uma urgente mudança de estratégia no sentido de um superávit primário maior em 2014, obtido através da contenção dos gastos correntes”.
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