Haddad: BNDES pode financiar frota municipal de transporte coletivo em SP
Menos de um mês após ameaçar descredenciar duas empresas de ônibus cujos funcionários entraram em greve, o prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), ouviu da presidente Dilma Rousseff que o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) pode financiar a estruturação de uma frota municipal. Haddad estuda criar uma empresa estatal de ônibus, […]
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Menos de um mês após ameaçar descredenciar duas empresas de ônibus cujos funcionários entraram em greve, o prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), ouviu da presidente Dilma Rousseff que o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) pode financiar a estruturação de uma frota municipal. Haddad estuda criar uma empresa estatal de ônibus, que atue em caso de emergência.
“Estamos imaginando a possibilidade de ter uma frota própria do município e, para isso, precisamos contar com o apoio do BNDES. O fato de um município ter uma frota própria dá mais grau de liberdade da negociação com as empresas”, afirmou o prefeito. “Ficamos muito reféns do modelo atual, que é todo privado. Causa um desconforto muito grande para o gestor”, acrescentou.
Haddad afirmou que o financiamento para a compra da frota “não é um valor expressivo”, que seria “alguma coisa entre R$ 300 milhões e R$ 500 milhões”. Hoje em São Paulo há cerca de 15 mil ônibus circulando em oito áreas diferentes. Segundo o prefeito, o projeto de atuação estatal começaria em uma das áreas.
Ao levar a demanda por financiamento do BNDES à presidente Dilma Rousseff, em uma audiência de cerca de três horas no Palácio do Planalto, Haddad recebeu uma promessa de estudo do banco de fomento para o projeto.
Segundo o prefeito, Dilma falou diretamente com o presidente do banco, Luciano Coutinho, a respeito. “Dilma disse que o BNDES está à disposição para estudar novas modalidades de apoio aos municípios, mas temos de zelar pela transparência”, relatou.
No início de setembro, funcionários das empresas OAK Tree e Itaquera Brasil, que juntas concentram 33 linhas, cruzaram os braços. Na ocasião, Haddad ameaçou descredenciá-las por descumprir direitos trabalhistas mesmo estando recebendo acordo assinado com o Executivo municipal.
Nas declarações de hoje, o prefeito alegou que a frota municipal seria uma salvaguarda contra reações de empresas que viessem a comprometer a oferta do serviço ou para “trocar o parceiro privado quando ele se tornar ineficiente”.
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