Falta de cardiologistas no Pronto Socorro da Santa Casa leva família ao desespero
Família denuncia que a falta de cardiologistas no PS (Pronto Socorro) da Santa Casa por pouco não causou a morte de um senhor de 68 anos. Rejane Yara Bringuente, 34, conta que um clínico geral queria operar seu pai, que é cardíaco, sem a presença de um cardiologista. Os médicos dessa especialidade pararam de atender […]
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Família denuncia que a falta de cardiologistas no PS (Pronto Socorro) da Santa Casa por pouco não causou a morte de um senhor de 68 anos. Rejane Yara Bringuente, 34, conta que um clínico geral queria operar seu pai, que é cardíaco, sem a presença de um cardiologista. Os médicos dessa especialidade pararam de atender no PS em dezembro de 2012. A central de regulação está orientada a encaminhar os pacientes cardíacos para o Hospital Universitário ou Hospital Regional, que estão superlotados.
Segundo Rejane, na quarta-feira (20) seu pai deu entrada no PS com pressão alta e dor abdominal. Na quinta de manhã, uma enfermeira informou que o paciente já estava liberado, mas não soube informar o que o pai dela tinha. Rejane não quis retirá-lo e insistiu em falar com um médico.
“Nessa hora meu pai passou mal de novo ai levaram ele para a tal da área vermelha. Fiquei sem notícia dele na quinta o dia todo. Quando foi 22h um clínico geral apareceu querendo uma autorização para operá-lo sem a presença de um cardiologista. Ele ainda disse pra mim que meu pai podia morrer na mesa de cirurgia, ou quando saísse, porque não tem UTI. Fiquei em choque”, declarou.
Rejane ficou sabendo por meio de funcionários que a falta de cardiologistas no PS seria culpa da prefeitura, que não entrou em acordo com os médicos. A prefeitura comanda a junta interventiva instalada na Santa Casa desde 2004, quando o Hospital entrou em colapso financeiro. No início da tarde desta sexta-feira (22) a família informou que conseguiu a cirurgia particular, com ajuda de amigos.
A reportagem entrou em contato com o secretário municipal de saúde, Ivandro Fonseca, que informou que tudo o que foi acordado da parte da prefeitura está sendo cumprido. O diretor do Hospital, Issam Moussa, também foi procurado, mas ele se restringiu a dizer que estava em aula e que o problema da cardiologia estava resolvido.
Sem médicos
O coordenador da cardiologia, Valdir Salvi, confirmou que o PS está desassistido de cardiologistas desde dezembro de 2012. “Não se chegou a um consenso sobre a remuneração. O valor oferecido está defasado e os profissionais, como não têm vínculo com a Instituição, foram trabalhar no Proncor, El kadri, Clínica Campo Grande”, disse.
Segundo Salvi, o impasse iniciado no ano passado ainda não se resolveu. A junta oferece R$ 80 por hora para que eles trabalhem no Pronto Socorro e uma vez por semana façam ambulatório.
“Nós queremos R$ 100 por hora de plantão, com carteira assinada e o serviço de ambulatório pago a parte, mas a diretoria do Hospital disse que vai manter a proposta dos R$ 80. Vamos reunir o pessoal na segunda-feira (22) e ver se tem alguém que topa, mas acho que a Santa Casa vai ter dificuldade em atrair os profissionais”, lamentou.
O médico explicou que a falta de cardiologistas não é greve, porque os plantonistas não têm vínculo com a instituição, são prestadores de serviço. “Não temos contrato, nem multa, é totalmente instável. Além disso, o valor de R$ 80 está defasado. Temos informações de outros setores como a neurologia, que já estão reivindicando melhores salários”, concluiu.
Dados fornecidos por Salvi apontam que o plantão de cardiologia da emergência atende pelo menos 600 pessoas por mês. Apenas a Unidade Coronária, CTI Cardíaco e CTI geral (que é composto por intensivistas, mas que tem cardiologistas na equipe), mantêm os serviços.
Superlotados
Com a ausência dos cardiologistas no Pronto Socorro do maior hospital do Estado, os hospitais Universitário e Regional enfrentam a superlotação e os pacientes. Contudo, eles não dão conta da demanda da Santa Casa que levou 80 anos para chegar ao patamar atual e registra atendimento em grande volume de pacientes.
Na última visita feita pelo Midiamax ao Universitário e ao Regional foi constatado que eles estão recebendo, mas não há vagas e as pessoas estão espalhadas em macas pelos corredores, onde ficam sem monitores cardíacos e/ou outros equipamentos e recebem atendimento do plantonista. Apenas se o caso for grave o cardiologista entra em ação.
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