Entidades e sindicatos lançam Frente Estadual em Defesa da Saúde Pública de MS

Movimento quer barrar terceirização do SUS, que funciona como ‘privatização branca’, sem que sejam alcançados bons resultados sociais do uso das verbas públicas na Saúde

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Movimento quer barrar terceirização do SUS, que funciona como ‘privatização branca’, sem que sejam alcançados bons resultados sociais do uso das verbas públicas na Saúde

Um encontro que teve por finalidade discutir os diversos problemas da saúde pública no Mato Grosso do Sul reuniu sindicatos do setor e entidades, como o SINTSSMS, CUT, FETRICOM, CDDH Marçal de Souza, SINERGIA, MS de Fato, SINTTEL, SINTSPREV, membros do Conselho Estadual de Saúde e do Fórum dos Usuários do SUS.

Da reunião ocorrida no último dia 4 de fevereiro nasceu a ‘Frente em Defesa da Saúde Pública no Mato Grosso do Sul’. Do encontro também participou o vereador Zeca do PT.

Foram relatadas várias denúncias relativas ao processo de privatização da saúde, à superlotação dos hospitais, falta de ambulâncias do SAMU e à diminuição dos leitos do SUS no estado.

Um exemplo citado pelos sindicalistas da área da saúde foi um levantamento do DENASUS, que apontou que de 2005 a 2010 “o número de leitos do HRMS, Santa Casa e HU diminui drasticamente em Campo Grande, de 1280 para aproximadamente 510 leitos dia”, segundo afirma nota da Frente.

Em outro questionamento sobre a falta de gestão da saúde, a nota da Frente afirma que “em novembro do ano passado, foi divulgado em reunião do Conselho Estadual de Saúde, a possibilidade de se instalar uma epidemia de dengue na cidade de Campo Grande. Efetivamente ela ocorreu e não foi feito nada concreto para impedir esta situação”.

A Frente em Defesa da Saúde Pública propõe que novas entidades sensibilizadas com a situação do SUS e o sofrimento dos pacientes que utilizam o sistema, que em muitas ocasiões são vitimados por mortes plenamente evitáveis, participem da luta pelo fortalecimento do controle social e dos Conselhos de Saúde em todas as suas esferas – local, regional, municipal e estadual.

Segundo o médico e sindicalista Ronaldo Costa, “a reunião colecionou em poucos minutos dezenas de exemplos tanto de práticas absurdamente erradas, como de comprovada falta de ação das autoridades federais, estaduais e municipais, na execução da assistência à saúde, além da falta de lisura na execução financeira dos fundos estadual e municipais de saúde”.

Ronaldo Costa informou que serão realizadas visitas em unidades públicas de saúde “sucateadas, que recebem recursos federais para o funcionamento, como o SAMU e os Centros de Referência em Saúde do Trabalhador (CEREST’s), além de investigação sobre os recursos destinados à construção dos Centros Estaduais de Radioterapia, evitando que ao chegarem os aparelhos doados pelo Ministério da Saúde, o Estado não esteja propositadamente despreparado para recebê-los, e assim os encaminhe para a iniciativa privada”.

O Fórum também pretende envolver mais efetivamente em suas ações tanto o Ministério Público Estadual, como o Federal na defesa da qualidade pública do SUS e na apuração das irregularidades.

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