Comunidade guarani de MS pede que Coca-Cola não compre açúcar de suas terras

A comunidade guarani de Jata Yvary, que vive em Mato Grosso do Sul pediu à multinacional Coca-Cola que deixe de comprar açúcar da empresa americana Bunge, que utiliza matéria-prima de terras indígenas espoliadas. As informações foram publicadas nesta segunda-feira (15) pela ONG Survival International. Sediada em Londres, a ONG revela que os índios são obrigados […]

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A comunidade guarani de Jata Yvary, que vive em Mato Grosso do Sul pediu à multinacional Coca-Cola que deixe de comprar açúcar da empresa americana Bunge, que utiliza matéria-prima de terras indígenas espoliadas. As informações foram publicadas nesta segunda-feira (15) pela ONG Survival International.

Sediada em Londres, a ONG revela que os índios são obrigados a viver em um pequeno pedaço de floresta rodeado de plantações de cana-de-açúcar, e que seus filhos adoecem por causa dos pesticidas. A comunidade formada por 370 pessoas viu a maior parte de suas terras ancestrais se transformarem em plantações para a Bunge.

Em comunicado, a Survival explicou que a Coca-Cola compra açúcar da Bunge, que por sua vez compra cana-de-açúcar de “terras roubadas dos guaranis” por fazendeiros para produzir biocombustível.

A companhia de bebidas se comprometeu há pouco com a ONG britânica Oxfam a não ser cúmplice do furto de terras indígenas, uma promessa que, segundo a Survival, está sendo descumprida se a associação com a Bunge for mantida.

“A Coca-Cola deve deixar de comprar açúcar da Bunge. Enquanto estas empresas lucram, nós nos vemos obrigados a suportar a fome, a miséria e mortes”, afirmou um porta-voz guarani.

De acordo com a Survival, as terras foram roubadas por poderosos fazendeiros que as utilizam para pecuária e para a produção de cana-de-açúcar e soja.

Os líderes tribais são sistematicamente assassinados ao tentar defender seus direitos e outros membros da tribo suicidam por desespero, denunciou a ONG.

A Survival, que também fez um pedido para que a Bunge que deixe de comprar matéria-prima de terras em litígio, e pede às autoridades brasileiras que protejam a terra dos guaranis antes do Mundial de Futebol de 2014.

Quanto à Coca-Cola, o diretor de Survival, Stephen Corry, sublinhou que, enquanto seu acordo com a Bunge continuar, a promessa da empresa contra o roubo de terras “é vazia de conteúdo”.

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