Comissão da Verdade de SP conclui que JK foi assassinado
O ex-presidente Juscelino Kubitschek foi assassinado pela ditatura militar. É isso que a Comissão da Verdade da cidade de São Paulo promete provar em relatório que será divulgado na próxima terça-feira (10). O relatório reúne 90 “indícios, evidências, provas, testemunhos, circunstâncias, contradições, controvérsias e questionamentos” que pretendem comprovar que JK foi alvo de um…
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O ex-presidente Juscelino Kubitschek foi assassinado pela ditatura militar. É isso que a Comissão da Verdade da cidade de São Paulo promete provar em relatório que será divulgado na próxima terça-feira (10).
O relatório reúne 90 “indícios, evidências, provas, testemunhos, circunstâncias, contradições, controvérsias e questionamentos” que pretendem comprovar que JK foi alvo de um complô em 22 de agosto de 1976 e que sua morte, após um acidente de carro na Via Dutra, foi provocada.
Segundo a versão oficial, JK, que tentava articular a volta da democracia ao País, morreu em um acidente com um Opala na estrada. Mas o vereador Gilberto Natalini (PV), presidente da Comissão Municipal da Verdade, contesta isso.
“ Não temos dúvida de que Juscelino Kubitschek foi vítima de conspiração, complô e atentado político.”
A comissão ouviu o depoimento do motorista Josias Nunes de Oliveira, apontado durante a Ditadura como responsável pelo acidente matou ex-presidente. Oliveira disse que, após o acidente dois homens ofereceram dinheiro para que assumisse a culpa pelo ocorrido.
O motorista dirigia o ônibus que bateu contra o carro do ex-presidente, matando Kubitschek e o motorista do carro, Geraldo Ribeiro.
“Eles foram na minha casa e disseram que se eu não aceitasse o dinheiro e assumisse a culpa, eles bateriam em mim”, declarou o motorista aos vereadores em seu depoimento.
O antigo secretário particular do ex-presidente, Serafim Melo Jardim, também depôs, e afirmou à comissão ter certeza de que JK vinha sendo vigiado.
“Eu acompanhei o presidente desde que voltou do exílio. Sempre que viajávamos ele dizia: ‘Estão querendo me matar’”.
Segundo Natalini, a partir desses quatro depoimentos a Comissão começou a investigar o caso e chegou ao veredicto.
“Em cima desses depoimentos, fomos atrás de documentos que comprovassem as informações. Descobrimos laudos falsos, erros processuais e de perícia que nos levaram a declarar que Juscelino Kubitschek fora vítima de uma conspiração.”
A intenção da Comissão Municipal é encaminhar a documentação para Brasília, auxiliando a CNV (Comissão Nacional da Verdade) no esclarecimento do caso. Natalini espera que a Comissão Nacional também reconheça e declare o assassinato de JK.
“É um caso de justiça para com os brasileiros, a família do ex-presidente e a história do nosso País.”
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