Comerciantes esperam que possível mudança da Câmara para rodoviária velha valorize região
Nesta semana, o prefeito Alcides Bernal (PP), disse que pode até ouvir os apelos da população, para levar a Câmara Municipal para o prédio da antiga rodoviária
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Nesta semana, o prefeito Alcides Bernal (PP), disse que pode até ouvir os apelos da população, para levar a Câmara Municipal para o prédio da antiga rodoviária
“O que vier está bom”, é a resposta unânime de comerciantes e moradores do entorno da antiga rodoviária de Campo Grande, a respeito da possibilidade da Câmara Municipal dos Vereadores mudar para o prédio que fica na região do bairro Amambai.
Por conta no atraso do pagamento dos aluguéis, da atual sede do legislativo, localizado na avenida Ricardo Brandão, no bairro Chácara Cachoeira, o TJMS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul), deu um prazo de seis meses para os vereadores saírem do prédio.
De acordo com a Haddad Engenheiros Associados, responsável pelo imóvel, a Casa de Leis está atrasada desde agosto de 2005, gerando uma dívida que gira em torno de R$ 11 milhões.
Nesta semana, o prefeito Alcides Bernal (PP), disse que pode até ouvir os apelos da população, para levar a Câmara Municipal para o prédio da antiga rodoviária.
“Qualquer coisa, mesmo não sendo a Câmara, seria bom para nós. Hoje, 80% de quem frequenta essa região é pelo tráfico de drogas e prostituição, do jeito que está não dá”, diz a comerciante Nívea Aparecida de 31 anos.
“Com o fim da rodoviária, o meu movimento caiu mais de 70%, estou aqui de teimosa, só por causa da minha clientela, para você ter uma ideia, eu pago R$ 1.290 de aluguel aqui, enquanto lá na rua 26 de agosto onde tenho outro estabelecimento, pago R$ 890”, conta a também comerciante Maristela Vera Cristaldo Martins, 48, que há 20 anos, trabalha na avenida Barão do Rio Branco, em frente a rodoviária desativada.
“O que for para movimentar será bom”, conta o lojista Mamede Fernandes Amorin, 61, que tem uma loja de CD’S e utilitários, há 25 anos dentro do prédio comercial da antiga rodoviária. De acordo com Mamede, após o fim de embarque e desembarques de passageiros, o movimento de sua loja caiu em 70%.
Rosane Nely de Lima, representante dos comerciantes da rodoviária velha, torce para uma solução definitiva, e o fim de especulações que, segundo ela, também gera desvalorização.
“Nós não aguentamos mais esses boatos, enquanto isso o prédio está cada vez mais desvalorizado. O projeto da vinda do TJ/MS, acabou com a gente, muitas pessoas fizeram investimento, e, no final das contas não vieram.”
“Sou totalmente a favor da mudança da Câmara pra cá, só que precisamos de uma decisão para ontem. Está na hora de pensar em revitalizar essa região, a vinda da Câmara por exemplo 80 % da rede hoteleira de Campo Grande que fica aqui no entorno”, diz Rosane.
A rodoviária antiga possui 215 salas, sendo que apenas 50 estão abertas, de acordo com a Associação Comercial do local.
Opinião de vereadores
O ex-vice-prefeito, Edil Albuquerque (PMDB), diz que a prefeitura só tem 9% do prédio, o que também implicaria em desapropriação. Edil defende a construção de um novo prédio, que avalia ser mais viável financeiramente. Ele conta que há três anos, quando estava na prefeitura, uma desapropriação do prédio da antiga rodoviária custava R$ 9 milhões, o que seria mais do que suficiente para construir um novo prédio.
O presidente da Câmara de Campo Grande, Mário César (PMDB), também tem o mesmo entendimento. Ele explica que uma desapropriação do prédio da antiga rodoviária seria ainda mais difícil, visto que o imóvel tem 130 proprietários.
O vereador Edson Shimabukuro (PTB) acredita que a prefeitura terá mais despesa com a reforma do prédio do que com a construção de outro. O vereador, que também é engenheiro, explica que as reformas custam, aproximadamente, 60% do valor do prédio.
Além disso, por questões técnicas, a prefeitura terá muito mais despesas com a reforma da antiga rodoviária, já que terá gastos com instalação sanitária, iluminação, fiação, que está toda vencida, e com preparação para combater pane e fogo. “O prédio tem um acesso bom, mas seria melhor um novo projeto em um local bom”.
A vereadora Luiza Ribeiro (PPS) tem um posicionamento diferente. Ela é moradora do bairro Amambai há vários anos e ressaltou que a região precisa de um investimento público. A vereadora revelou que os vizinhos ao prédio pretendem fazer até uma campanha para pedir a mudança da Câmara para a antiga rodoviária.
O vereador Paulo Siufi (PMDB), ex-presidente da Câmara, defendeu o ex-prefeito Nelsinho Trad (PMDB). Ele alegou que Nelsinho tentou fazer acordo, mas não teve sucesso. Ele espera que o prefeito Alcides Bernal (PP) encontre uma motivação para fazer a desapropriação e continuar no prédio atual. Já o vereador Alex do PT, líder de Bernal na Câmara, acredita que não há clima para continuar no prédio atual. Ele defende a transferência para um prédio novo. (Com informações de Wendell Reis)
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