Chipre precisa melhorar combate à lavagem de dinheiro

O Chipre precisa aperfeiçoar a implementação de suas leis de combate à lavagem de dinheiro, afirmou nesta sexta-feira o Fundo Monetário Internacional (FMI), acrescentando que o avanço na transparência do setor financeiro do país vai melhorar sua sustentabilidade. Em relatório sobre o Chipre, o FMI, que bancou o pacote de resgate de 10 bilhões de […]

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O Chipre precisa aperfeiçoar a implementação de suas leis de combate à lavagem de dinheiro, afirmou nesta sexta-feira o Fundo Monetário Internacional (FMI), acrescentando que o avanço na transparência do setor financeiro do país vai melhorar sua sustentabilidade.

Em relatório sobre o Chipre, o FMI, que bancou o pacote de resgate de 10 bilhões de euros junto com a zona do euro, disse que as leis antilavagem de Nicósia precisam passar por uma nova revisão para dar impulso ao setor bancário, após a recente aprovação do primeiro desembolso para a pequena ilha do Mediterrâneo.

“Atualmente, o registro de negócios é disfuncional e a supervisão de advogados, contadores e trustes, e das empresas fornecedoras de serviços precisa ser melhorada”, comentou o Fundo no documento.

Após crescer para o equivalente a oito vezes o tamanho da economia nacional, o sistema bancário do Chipre tem sido criticado por sua reputação como reduto de lavagem de dinheiro, particularmente para os russos. O governo cipriota insiste que segue leis internacionais, mas os credores do país exigem mais esforços dos cipriotas para ampliar a transparência no setor financeiro.

O relatório do FMI saiu dias depois de a Moneyval, uma agência europeia dedicada ao combate de lavagem de dinheiro, e a empresa de auditoria Deloitte destacarem as falhas do Chipre em rastrear fluxos de capital suspeitos. As avaliações, segundo resumo ao qual o The Wall Street Journal teve acesso, não encontraram “fraquezas regulatórias”, mas apontaram “substanciais deficiências na implementação, pelos bancos, de medidas de prevenção à lavagem de dinheiro”.

Pelos termos do programa de ajuda, o Chipre vai tomar medidas no valor de 13 bilhões de euros para reduzir seu déficit e reestruturar o sistema bancário. As medidas de austeridade incluem cortes de gastos e aumentos de impostos para empresas e consumidores. Além disso, o governo decidiu fechar o segundo maior banco do país, o Banco Popular do Chipre, e reestruturar radicalmente o maior, o Banco do Chipre, numa atitude que vai causar fortes perdas a grandes depositantes sem seguro.

Como resultado das medidas, o FMI prevê que o Chipre enfrentará uma séria recessão, com a economia encolhendo 9% ou mais este ano, o que põe em riso a sustentabilidade da dívida do país.

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