Após ter perdido o pai para o câncer, homem ajuda transportar pacientes voluntariamente

Tem gente que diante da perda se revolta e perde o rumo da vida. Outras, ao contrário, se reinventam, dão novo rumo à própria vida e transformam a de muitas pessoas. Cícero Alves dos Santos, 53 anos, faz parte do segundo grupo. Quando perdeu o pai, José Alves dos Santos, para o câncer em 2006 […]

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Tem gente que diante da perda se revolta e perde o rumo da vida. Outras, ao contrário, se reinventam, dão novo rumo à própria vida e transformam a de muitas pessoas. Cícero Alves dos Santos, 53 anos, faz parte do segundo grupo.

Quando perdeu o pai, José Alves dos Santos, para o câncer em 2006 não ficou se lamentando. Em vez disso foi ajudar outras pessoas que também passavam por dificuldades no momento em que doenças aparecem. Ele conta que 2005 a 2006 acompanhou o pai no tratamento contra a doença que lhe tirou a vida. A dificuldade na época era levá-lo ao Hospital do Câncer já que ele não tinha veículo. “Toda vez que precisávamos ir para o hospital era uma dificuldade. Tinha que ficar correndo atrás de um, atrás de outro até conseguir uma carona”, conta.

A provação, diz, não lhe deixava chateado. “Eu sempre conseguia. Sempre tinha alguém que nos ajudava”, lembra. O problema, revela, é que isso era comum e não privilégio seu. “Vi que muitas pessoas passavam pelas mesmas dificuldades e muitas, inclusive, acabavam desistindo do tratamento por não ter como se locomover”, revela.

Foi aí que pensou: porque não ajudar essas pessoas. Cícero então fez uma vaquinha na comunidade onde mora, no bairro Novos Estados e comprou uma Kombi, ano 76, por R$ 1,5 mil. Mas, o que era para ser solução virou problema. “A Kombi mais quebrava do que carregava os pacientes. Uma vez tive que ir para a mecânica com paciente dentro”, diz.

Foram quatro anos de transporte e mecânica constantes até que a mãe de Cícero, Alzira Silva Santos, sensibilizada com o trabalho que o filho vinha desenvolvendo decidiu lhe dar R$ 10 mil para compra de um veículo melhor. A Kombi 76 foi aposentada e uma 97 começou a rodar.

Desde então Cícero vem fazendo o transporte dos doentes neste novo veículo, que na verdade, já nem está tão novo assim. Rodando cerca de 80 km a 100 km diários a Kombi está gasta. E já precisa de manutenção de algumas peças, como os pneus, por exemplo.

A dificuldade é que o Prossol (Projeto Social Solidário) que Cícero realiza vive de doações e até para manter a gasolina está difícil, imagina para a troca de peças. Por isso, Cícero pede que as pessoas ajudem com doações mensais ou os pneus para a Kombi.

Ele conta que algumas empresas já vêm colaborando há alguns anos e por isso consegue fazer tudo que tem feito. Em contrapartida coloca a logomarca da empresa ‘solidária’ adesivada na Kombi.

Para participar d projeto não precisa muito, as doações podem ser de R$ 20 a R$ 30 mensal, ou mesmo doação de andadores, próteses, cestas básicas. Tudo é levado a quem precisa. Hoje mesmo, Cícero estava separando algumas cestas básicas para levar a famílias carentes do Jardim Noroeste.

Quem puder e quiser ajudar entre em contato com o Cícero e conheça o projeto, o endereço dele é Avenida Senhor do Bomfim, 2211, Jardim Novos Estados. O telefone para contato é 9127-1631.

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