Transporte coletivo não é só mobilidade, é inclusão social também, afirma Vander
Na noite da última quinta-feira (24), a coordenação da pré-campanha do deputado federal Vander Loubet (PT-MS) à Prefeitura de Campo Grande promoveu uma palestra para a militância petista com a diretora técnica da Empresa de Transporte Urbano de Fortaleza (Etufor), Calina Bertini. Com o título “Sistema de Transporte no Município de Fortaleza – Principais Avanços […]
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Na noite da última quinta-feira (24), a coordenação da pré-campanha do deputado federal Vander Loubet (PT-MS) à Prefeitura de Campo Grande promoveu uma palestra para a militância petista com a diretora técnica da Empresa de Transporte Urbano de Fortaleza (Etufor), Calina Bertini. Com o título “Sistema de Transporte no Município de Fortaleza – Principais Avanços e Melhorias”, a palestra apresentou a experiência da capital cearense com seu transporte público, atualmente o que possui a menor tarifa do Brasil: R$ 2,00.
O evento teve como objetivo fomentar o debate em torno de soluções para a redução da tarifa de ônibus em Campo Grande – a terceira mais cara do País (R$ 2,85), atrás somente de São Paulo (R$ 3,00) e Florianópolis (R$ 2,90).
Engenheira civil graduada pela Universidade Federal do Ceará (UFC), Calina possui MBA em Finanças pelo Instituto Brasileiro de Mercado de Capitais (Ibmec-RJ), Mestrado em Engenharia de Produção pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RJ) e Doutorado em Economia pelo consórcio UFC/University of Illinois at Urbana-Champaign. Entrou para a Etufor em 2005, quando a prefeita Luizianne de Oliveira Lins (PT) assumiu seu primeiro mandato como prefeita de Fortaleza. Em 2008, Luizianne foi reeleita.
De acordo com Calina, ao tomar posse na Prefeitura da capital cearense, Luizianne assumiu como bandeira o congelamento da tarifa de ônibus e o aumento da quantidade de passageiros transportados. Dessa forma, a tarifa, que em janeiro de 2005 era de R$ 1,60, permaneceu inalterada por quatro anos e meio, tendo sido reajustada para R$1,80 em 25 de maio de 2009. Após quase dois anos com esse valor, o valor foi novamente revisto e chegou ao patamar atual: R$ 2,00.
“Esse congelamento da tarifa em Fortaleza só foi possível graças ao empenho da administração municipal, que buscou todos os caminhos e soluções possíveis para onerar menos o bolso da população. Primeiro houve a redução da alíquota de ISS [Imposto sobre Serviços] de 4% para 2% e zerou-se uma taxa que era cobrada pela Etufor para gerenciamento do sistema de transporte, que era de 3,5%. Depois a prefeita buscou a parceria do então governador Cid Gomes, que concedeu isenção de 50% no ICMS [Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços] sobre o óleo diesel adquirido pelas empresas. Fora isso, a Etufor e as empresas trabalharam juntas para otimizar os itinerários e a quilometragem dos ônibus visando diminuir o custo operacional do sistema”, explicou Calina. “Isso permitiu não só que o valor permanecesse sem reajuste por quatro anos e meio – um recorde no Brasil – como também recuperou passageiros perdidos. De 2004 a 2009 a quantidade de passageiros transportados saltou de 20 para 25,1 milhões e isso inclusive fez crescer em quase 20% a arrecadação das empresas, mesmo com a tarifa congelada. Ou seja, foi bom para ambos os lados”, completa.
Para Vander, a palestra ajudou a apontar ações que serão incorporadas ao Programa de Governo a ser defendido pelo PT na Capital, já que Calina deve, nas próximas semanas, estudar a planilha de cálculo do transporte coletivo de Campo Grande a fim de verificar o que poderia ser alterado para reduzir ou congelar a tarifa campo-grandense. “É muito bom poder contar com exemplos de outras cidades. Ou seja, não precisamos reinventar a roda. O exemplo de Fortaleza nos aponta caminhos que podem ser seguidos para melhorar o transporte coletivo, sobretudo na questão do valor da tarifa”, destacou.
“A verdade é que o transporte coletivo não é uma questão apenas de mobilidade urbana, também é inclusão social. Ano após ano o sistema campo-grandense vai perdendo passageiros por conta das altas tarifas e isso prejudica a parcela menos favorecida da população, que deixa de usar o serviço por não poder pagar por ele. As pessoas estão sendo excluídas. Temos que caminhar no sentido oposto: o de promover a inclusão, o de permitir que o maior número de pessoas possa usar o serviço”, concluiu Vander.
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