Trabalhadores prometem acampar na Assembleia até governo reabrir negociação
Cerca de mil pessoas foram hoje à Casa de Leis protestar contra proposta do governo de reajuste salarial de 6%
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Cerca de mil pessoas foram hoje à Casa de Leis protestar contra proposta do governo de reajuste salarial de 6%
Acampados desde a manhã desta quarta-feira (9), na Assembleia Legislativa, Parque dos Poderes, em Campo Grande, mil trabalhadores administrativos na área de educação prometem permanecer em vigília no local, para protestar contra o aumento salarial de 6%, proposto pelo Governo do Estado. A categoria só vai encerrar o protesto quando forem reabertas as negociações e o índice oferecido chegar ao mínimo de 9,7%.
“O aumento de 17% que pedimos nada mais é do que uma política salarial aos trabalhadores, assim como foi feito em outras categorias. Isso representa atualmente um terço a mais no nosso salário, para profissionais que possuem ensino médio e curso profissional do MEC (Ministério da Educação). A outros servidores, como oficiais da PM (Polícia Militar), 6% representa ao menos mil reais a mais no salário. Já para nós equivale a apenas R$ 40”, afirma o presidente da Fetems (Federação dos Trabalhadores em Educação de Mato Grosso do Sul), Roberto Botarelli.
Com direito a dez minutos de fala no plenário, estendido por mais dez após pressão dos manifestantes, o presidente da Fetems deixou claro que a categoria ficará acampada para reivindicar melhores salários. “Os deputados tem até o dia 15 deste mês para votar a folha de pagamento, já aprovada para recebermos a partir do dia 1° de junho. Mas vamos ficar aqui de vigília, aguardando a reabertura das negociações e acompanhado a votação”, diz o presidente da Fetems.
“Inimigos da Educação”
Segundo Botarelli, aos deputados que votarem a favor do percentual de 6%, proposto pelo governo, serão estes considerados “inimigo da educação”. “Vamos fazer igual quando consideramos alguns prefeitos inimigos da educação, na época em que eles não cumpriam a lei do piso salarial e 1/3 da hora atividade, em março deste ano. Estamos aqui com representantes dos 71 sindicatos de Mato Grosso do Sul, querendo que eles entendam que um aumento de R$ 40 não representa nem o gasto que temos com um botijão de gás, além de comida, vestuário, aluguel, entre outros”, alega o presidente da Fetems.
Sobrecarga de trabalho
Atualmente, o contingente é de 6,4 mil trabalhadores no Estado, com salários que variam de R$ 567 a R$ 907. “O correto, segundo o decreto 11.734/03 é ter no mínimo 10,5 mil trabalhadores. E é por isso que os profissionais estão sobrecarregados em seu serviço. Quem faz a merenda geralmente tem que limpar a escola, cuidar dos alunos e também do portão na hora da saída. Mas agora vamos também lutar para que eles trabalhem apenas na função que são designados”, explica o presidente da Fetems.
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