Trabalhadores dos Correios podem entrar em greve em Mato Grosso do Sul

Assembléias em Campo Grande e interior irão definir adesão a movimento nacional da categoria por reajuste salarial

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Assembléias em Campo Grande e interior irão definir adesão a movimento nacional da categoria por reajuste salarial

Com o impasse na mesa de negociação, os trabalhadores dos Correios podem deflagrar greve nacional por reajuste nos salários em todo país. A estatal está oferecendo reajuste de 5,2%, o que corresponde à reposição da inflação do período. Já os trabalhadores reivindicam aumento acima da inflação a título de reposição de perdas ocorridas no passado.

“O salário base inicial hoje é de R$ 942,75 e passaria a R$ 991,77. Nem de longe chega ao salário mínimo do Dieese, que é de R$ 2.416,38 e que é estabelecido como o mínimo necessário para atender as necessidades básicas de uma família. A ECT tem condições de pagar o piso do Dieese. Seu balanço financeiro e o enorme lucro anual mostram isso. A questão é a falta de vontade política. Numa comparação, os Correios têm os piores salários entre as estatais. Essa distorção precisa ser corrigida”, afirma Ederlon Correia, carteiro em Campo Grande e membro da Central Sindical e Popular Conlutas.

Participação nos lucros – Outro fato que causou revolta na categoria, segundo Ederlon, foi o pagamento da PLR (Participação nos Lucros e Resultados) neste ano. “O lucro da ECT aumentou de um ano para outro. No entanto a Participação nos Lucros diminuiu”, diz. Segundo Ederlon, atitudes como essa levam os trabalhadores a questionarem a seriedade do governo na mesa de negociação. “O fato é que a lógica do lucro, do mercado, tem se sobreposto aos interesses dos trabalhadores. A ECT tem condições financeiras de pagar um salário melhor para seus funcionários. Mas isso não acontece pela lógica que impera na cúpula.”

Assembléia Geral – A proposta de reajuste salarial será analisada em assembléias gerais em todo o país a partir desta segunda-feira. Segundo Correia, o sindicato local ainda não tinha marcado assembléia e a categoria está no aguardo. “Vamos fazer uma avaliação em assembléia geral, onde definiremos uma posição. Os funcionários públicos federais que fizeram greve conseguiram em média 15% de reajuste, além de revisão dos Planos de Cargos e Carreiras para corrigir distorções.”

Privatização – O sindicalista denuncia também o que chama de “privatização maquiada” dos serviços dos Correios. “Por outro avança nos Correios o processo de privatização via concessões. O governo do PT manteve e ampliou a implantação de franquias que vêm da época do Collor, que na prática significa passar para mãos privadas um serviço público, e que tira receita da estatal, gerando lucros para os empresários que controlam as franquias e prejuízos para a ECT. É o modelo do Collor e do PSDB que continua, ampliado, no governo do PT! Em MS rodovias federais serão entregues à iniciativa privada, que passarão a cobrar pedágio. É o modelo de São Paulo em escala nacional”, critica.

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