Sem remédio para bebês prematuros, hospital de Dourados fecha UTI neonatal
A medida vale para pacientes dos 34 municípios da região, que agora devem ser encaminhados para Campo Grande
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A medida vale para pacientes dos 34 municípios da região, que agora devem ser encaminhados para Campo Grande
Sem o medicamento Surfactante, que auxilia na respiração dos bebês prematuros, o Hospital Universitário (HU) fechou a UTI neonatal na sexta-feira (7) para atender pacientes de 34 municípios da região da Grande Dourados.
A medida também levou em conta a lotação da unidade que atende em média 12 crianças quando há vagas para ape-nas 10. Na ala de cuidados intermediários, de 15 vagas disponíveis há demanda diária de mais de 20 crianças. Além disso, a falta de habilitação dos leitos, o que gera falta de credenciamento, consequentemente de financiamento, também vem acarretando déficit nas contas da unidade. Hoje, a unidade soma 32 crianças. De acordo com o diretor do Hospital Universitário Wédson Desidério Fernandes, há meses o medicamento não é en-tregue pelo fabricante.
O problema acontece em todo o país. Por causa disso, o HU vinha emprestando doses extras do remédio de outros hospitais. “O problema é com o alto índice de internações, as doses a mais estão acabando. Hoje o estoque disponível é suficiente para atender somente as crianças que já estão internadas, barrando, portanto qualquer possibilidade de atender a novos pacientes. O medicamento já foi comprado, no entanto não foi entregue”, destaca. Desidério diz que a expectativa é de o remédio chegue o quanto antes, uma vez que está atrasado há semanas.
“Atendemos a demanda pública e privada de Dourados e de todo o Sul do Estado. Continuamos sem financiamento e agora sem condições técnicas para atender nova demanda de prematuros. É muito difícil, mas por segurança não vamos abrir. O que temos de estoque dá para atender, minimamente, bebês que já estão na internação. O restante da demanda da macroregião deverá ser encaminhada para Campo Grande”, enfatizou o diretor geral do HU.
CRISE NO HU
No inicio do mês passado, o governo federal se comprometeu em repassar para a Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD) R$ 3 milhões, em caráter emergencial, para ajudar a quitar uma dívida acumulada de R$ 4,5 milhões. Os recursos são do Programa de Reestruturação dos Hospitais Universitários (Rehuf) e do Ministério da Educação (MEC), que irá repassar R$ 2 milhões do fundo próprio.
Apesar desses recursos que repassados emergencialmente, o reitor da UFGD, Damião Duque de Farias, admite que a crise vai continuar, já que o HU mantém um déficit mensal de R$ 700 mil.
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