Sem Marilson e astros africanos, São Silvestre tem equilíbrio na elite

É difícil apontar quem vai vencer a Corrida de São Silvestre neste ano, mas é fácil ter uma certeza: a disputa será equilibrada. Tradicional festa do atletismo no último dia do ano, a prova chega a sua 88ª edição com mais mudanças no percurso e também um novo horário para as largadas, já que todas […]

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É difícil apontar quem vai vencer a Corrida de São Silvestre neste ano, mas é fácil ter uma certeza: a disputa será equilibrada. Tradicional festa do atletismo no último dia do ano, a prova chega a sua 88ª edição com mais mudanças no percurso e também um novo horário para as largadas, já que todas serão de manhã.

Mas não é só isso que trará emoção para o asfalto paulista: a ausência de astros africanos e do brasileiro tricampeão da prova, Marilson Gomes dos Santos, fará com que a briga pelo pódio seja intensa.

A disputa entre Brasil e Quênia tem dominado a São Silvestre recentemente. E neste ano há algo que apimenta ainda mais esse duelo: desde a internacionalização da corrida, em 1945, os brasileiros venceram onze vezes, mas perderam doze vezes para os quenianos.

A chance dos brasileiros buscarem esse empate existe, mas é preciso que o filme de 2011 não se repita: na edição passada da São Silvestre um etíope resolveu se intrometer no duelo entre Brasil e Quênia. Tariku Bekele venceu debaixo de chuva em São Paulo e conquistou a segunda vitória do seu país nesta corrida. Em 2012 a Etiópia estará bem representada por Belete Terefe, que venceu a principal preparatória da São Silvestre, a corrida Sargento Gonzaguinha, há duas semanas.

Pelo Brasil os favoritos são pouco conhecidos do grande público. Giovani dos Santos é um dos mais famosos e vem forte para a prova, credenciado pela vitória na Volta da Pampulha, neste mês. Ele está com 31 anos, mas tem uma carreira curta, pois virou profissional apenas em 2009. Mesmo assim conseguiu bons resultados, como 4º lugar na São Silvestre de 2010 e a medalha de bronze nos Jogos Pan-Americanos de 2011, nos 10000 m rasos.

Vale ainda destacar os experientes Damião Ancelmo de Souza, melhor brasileiro da São Silvestre de 2011, e Giomar Pereira da Silva, líder do Ranking Nacional de Corredores de Rua. Já o jovem Rafael Novais pode ser apontado como surpresa se vencer, mas fez uma preparação específica para a São Silvestre e deve correr forte. David Benedito de Macedo também está bem treinado, inclusive com dicas de Marilson, seu companheiro de clube, o BM&FBovespa. José Márcio Leão e Gilmar Lopes são outros azarões do Brasil.

Entre os quenianos também existem poucos nomes conhecidos. Não há estrelas, como James Kipsang, Martin Lel ou Robert Cheruiyot, que foram bem recentemente. Mas mesmo assim não é inteligente menosprezar atletas como Mark Korir, Stanley Koech e Joseph Aperumoi. O primeiro, por exemplo, foi vice-campeão no ano passado e fez uma boa temporada em 2012, que pode ser encerrada com grande vitória nesta segunda.

Tabu feminino

Entre as mulheres há um longo jejum que incomoda as brasileiras: desde 2006, quando a mineira Lucélia Peres venceu, apenas africanas dominaram a prova. Para quebrar essa escrita as principais atletas na São Silvestre 2012 são Marily dos Santos, Roselaine de Sousa Silva e Sueli Pereira da Silva. As duas primeiras inclusive disputam a liderança do Ranking Nacional de Corrida de Rua.

Mas outra vez o favoritismo é mesmo do Quênia, que teve três atletas vencendo as três mais recentes edições da São Silvestre. Em 2012 a principal aposta é em Rumokol Chepkanan, campeã da Maratona de São Paulo 2012 e 5ª colocada na São Silvestre 2011. Maurine Kipchumba, campeã da Volta da Pampulha neste ano, também brigará pelo pódio. E há ainda a também queniana Nancy Kipron, a etíope Fekede Negede e a tanzaniana Jackline Sakilu, que podem pintar como zebras.

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