Revoltados com crise, gregos votam em eleições decisivas
Gregos raivosos por causa da crise econômica participam neste domingo de uma eleição profundamente marcada por incertezas e que pode reacender a crise de dívida da Europa e colocar em dúvidas o futuro da Grécia na zona do euro. A grande questão das primeiras eleições gerais na Grécia desde que o país detonou uma grande […]
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Gregos raivosos por causa da crise econômica participam neste domingo de uma eleição profundamente marcada por incertezas e que pode reacender a crise de dívida da Europa e colocar em dúvidas o futuro da Grécia na zona do euro.
A grande questão das primeiras eleições gerais na Grécia desde que o país detonou uma grande crise na Europa no fim de 2009 é se ele manterá os termos do impopular resgate da União Europa (UE) e do Fundo Monetário Internacional (FMI) ou se tomará um caminho que pode fazê-lo deixar o euro.
As urnas abriram às 7h locais (1h em Brasília) e fecharão às 19h (13h de Brasília), com muitos eleitores deixando para se decidir nos últimos minutos.
A primeira parcial deve sair imediatamente depois que a votação acabar, mas pode ser necessário esperar algumas horas para o resultado final ou até mesmo para um panorama mais claro, tendo em vista o complexo sistema eleitoral, que dá um bônus de 50 assentos para o partido em primeiro lugar.
As pesquisas de intenção de voto mostraram ser impossível prever como os eleitores agirão neste domingo, fato que agravou os temores de caos político que poderia reavivar a crise de dívida na zona do euro.
A mídia local enfatizou a importância do voto. “Diante do difícil dilema de escolher entre ficar com o euro ou ir à falência, os eleitores vão às urnas na eleição mais crítica das últimas décadas”, assinalou na véspera o jornal de centro-esquerda Ta Nea.
Os gregos estão revoltados com o fato de o país ter mergulhado em uma das piores recessões da Europa desde o fim da Segunda Guerra.
Por isso, a previsão é que abandonem os dois partidos até então dominantes na cena política, voltando-se para vários grupos alternativos contrários ao pacote de resgate internacional de 130 bilhões de euros, que vem mantendo o país mas é imensamente impopular entre os gregos por impor cortes muito duros.
As últimas pesquisas de intenção de voto -antes de entrar em vigor uma proibição de divulgação de sondagens, três semanas atrás- indicavam que o partido conservador Nova Democracia e o socialista Pasok, que apoiaram o resgate internacional, ficariam em primeiro e segundo lugares.
Mas o apoio às duas siglas foi corroído pela revolta com a crise, que reduziu os benefícios sociais, elevou as taxas de desemprego para patamares entre os mais altos da Europa e provocou uma onda de suicídios de empresários e aposentados desesperados.
Se os dois partidos não conseguirem a maioria necessária para a formação de uma coalizão de governo, terão de buscar o apoio de legendas contrárias ao resgate, o que preocupa os mercados.
Nesse quadro, a Grécia poderia renegar suas promessas aos credores estrangeiros e adotar uma decisão que conduziria à falência e saída da zona do euro, com risco de contagiar outros países da UE afetados pela crise, como Itália e Espanha.
A estimativa é que um número recorde de oito a dez partidos obtenha cadeiras no Parlamento e quatro pequenas legendas se tornem decisivas para a formação de uma coalizão de governo.
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