Prefeitura financia e amplia em 154% número de professores da Reme com pós-graduação
Atualmente, 60% dos cinco mil professores da Rede Municipal de Ensino de Campo Grande têm cursos pós-graduação. Em oito anos, o grupo de pós-graduados da Reme aumentou 154%, passando de 884 em 2005 para 2.991 professores. Deste contingente, 1.901 professores tiveram as despesas do curso custeadas integralmente pelo município. A pós-graduação se estende por 18 […]
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Atualmente, 60% dos cinco mil professores da Rede Municipal de Ensino de Campo Grande têm cursos pós-graduação. Em oito anos, o grupo de pós-graduados da Reme aumentou 154%, passando de 884 em 2005 para 2.991 professores. Deste contingente, 1.901 professores tiveram as despesas do curso custeadas integralmente pelo município. A pós-graduação se estende por 18 meses e custa R$ 2.625, valor dividido em 15 parcelas de R$ 175,00.
Além da oportunidade de atualização e do aprendizado de novas técnicas e ferramentas pedagógicas, a pós-graduação proporciona um ganho salarial imediato de 10% e abre outras perspectivas de trabalho. É o caso de Telma Silva dos Santos que também é professora da Rede Estadual de Ensino. “Consegui também melhorar meu enquadramento e passei a receber um salário melhor. Agora estou habilitada a ministrar aulas não só no ensino fundamental e médio, também no curso superior de história”, explica.
Desde novembro do ano passado, a professora passou a receber a remuneração com valor adicional. Com 12 anos de carreira, quatro deles como concursada, Telma recebe hoje R$ 2.012,00 por uma jornada de 20 horas/aula. Se lecionasse nos dois turnos (pela manhã e à tarde) seu salário dobraria, chegando a R$ 4.024,00. “Mais do que a questão financeira, a pós-graduação é oportunidade para o professor voltar à sala de aula, reciclar seus conhecimentos, tomar contato com novas técnicas e, assim, melhorar o nível de aproveitamento dos seus alunos”, comenta Telma.
A mesma avaliação tem Francisca Santos Antunes, que assim como Telma, é professora na Escola Municipal Consulesa Margarida Maksoud Trad. Há quatro anos na Rede Municipal de Ensino, Francisca dá aula num turno e recebe hoje R$ 1.672,00. Quem tem o mesmo tempo de serviço, com turmas de manhã e a tarde, recebe hoje R$ 3.200,00.
Quem vive a expectativa de apresentar a monografia à banca examinadora são as colegas Alessandra Maria Lopes e Cristiane Montenegro, professoras do 3º ano, ambas formadas em Pedagogia. Alessandra teve sua primeira experiência em sala de aula há três anos, depois de passar no concurso e assumir a vaga. “Na faculdade aprendi tudo na teoria. Com a pós-graduação, foi gestão em sala de aula, tive oportunidade de conhecer na prática, técnicas de alfabetização, novas ferramentas pedagógicas. O resultado é que os alunos saem do 2º ano alfabetizados”, comemora.
Cristiane gostou tanto da experiência que planeja fazer outra pós-graduação e, depois, um mestrado. “Voltar à sala de aula foi um estimulo para continuar estudando daqui pra frente”, afirma.
Outra entusiasta com os resultados da pós-graduação é a professora Larissa Rocha Novaes, que leciona língua inglesa do 6º ao 9º ano na Escola Danda Nunes. Integrou-se a um grupo de estudo com professores da unidade estadual, que desenvolveu uma técnica para tornar as aulas mais dinâmicas e interativas. O chamado Letramento Crítico usa recursos com data-show, vídeos, estimulando o espírito crítico dos alunos. A experiência deu tão certo que foi apresentada para acadêmicos da Uniderp e será levada para professores da rede pública em Sergipe.
O prefeito Nelson Trad Filho comemora os resultados desta política da valorização do magistério. “Os indicadores educacionais melhoraram. A evasão caiu 9% e a reprovação, 29%”, informa. De 2005 para cá, o número de professores concursados aumentou 96%, passando de 2.334 para 4.576, sem considerar os 300 nomeados no início deste ano letivo.
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