Preconceito cai, mas são poucos os portadores de Down inseridos no mercado de trabalho
Na Sociedade Educacional Juliano Varela, dos 160 alunos atendidos apenas seis estão inseridos no mercado de trabalho.
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Na Sociedade Educacional Juliano Varela, dos 160 alunos atendidos apenas seis estão inseridos no mercado de trabalho.
“É uma coisa fantástica. Quando comecei a luta pela Síndrome de Down, todas as vezes que conversava com a imprensa meu coração doía. Se usava o termo mongolismo, a luta começou a partir da terminologia. Houve uma mudança radical. Hoje, a sociedade reconhece nossos alunos”, foi assim que Maria Lucia Nogueira Fernandes falou sobre as conquistas nestes 18 anos a frente da escola Juliano Varela.
Apesar de reconhecer que o preconceito diminuiu e que a sociedade entende que a síndrome não é uma doença ou um problema como foi tratada por muitos anos, ainda há muito que mudar. Na Sociedade Educacional Juliano Varela, por exemplo, dos 160 alunos com a síndrome atendidos apenas seis estão inseridos no mercado de trabalho. A escola atende desde o nascer até a idade que a pessoa precisar. O aluno mais velho tem 55 anos.
Miguel Ângelo Ramires da Silva, 25 anos, auxiliar de caixa de supermercado, foi o primeiro aluno a se inserir no mercado. Há seis anos trabalhando ele diz gostar muito do que faz. “Gosto muito do meu trabalho. Todos gostam de mim”.
Assim como Miguel, muitos poderiam estar inseridos integralmente à sociedade. Maria Lucia aponta que a Down traz desafios, mas não impossibilita que o portador leve uma vida normal, que se insira no mercado de trabalho. “E é por siso que estamos hoje aqui, para mostrar que somos capazes”, enfatizou.
Para mudar esse quadro, os deputados estaduais Marquinhos Trad. (PMDB) e Zé Teixeira (DEM) conversaram com o presidente da Assembleia Legislativa Jerson Domingos (PMDB) que autorizou a contratação de quatro Downs para o setor administrativo. “Eu o Zé Teixeira já conseguimos a autorização. Agora é só esperar que a Maria Lucia indique os alunos. Assim que tivermos as pessoas com o perfil que precisamos vamos contratar”, explicou Marquinhos apontando que todos devem ajudar a inserir essas pessoas no mercado de trabalho.
Ele ainda lembrou que no meio do ano [ainda não há uma data exata] a Sociedade Educacional vai inaugurar uma quadra poliesportiva coberta, que foi feita por meio de emendas parlamentares. Ainda segundo ele, agora a AL vai trabalhar para conseguir construir uma piscina no local.
Dia Internacional da Síndrome de Down
O evento que ocorre nesta manhã faz parte das comemorações do Dia Internacional da Síndrome de Down – instituído pela Organização das Nações Unidas (ONU). Ao todo, 194 países de todo o mundo estão comemorando a data e realizando eventos para sensibilizar as pessoas sobre a síndrome.
O grande desafio é conscientizar as pessoas que o portador de Síndrome de Down pode levar uma vida normal se inserir no mercado de trabalho.
A Escola Juliano Varela, fundada em março de 1994, atende crianças, adolescentes e adultos com Síndrome de Down. Para mais informações entre em contato pelo e-mail [email protected] ou ligue (67) 3026-8828. O endereço é avenida Noroeste, 6.513, Vila Carvalho, Campo Grande, MS.
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