Ônibus que transportava trabalhadores em MS mortos na Bahia alugava ‘liminar’ para transitar

O ônibus que transportava 33 cortadores de cana de Mato Grosso do Sul e que se acidentou em dezembro do ano passado matando todos os trabalhadores rurais, mais dois motoristas e um agente de viagem ‘alugava’ a licença para transitar. Segundo informações de matéria exibida pelo Fantástico deste domingo (27), a TCB, denominada ainda Trans […]

Ouvir Notícia Pausar Notícia
Compartilhar

O ônibus que transportava 33 cortadores de cana de Mato Grosso do Sul e que se acidentou em dezembro do ano passado matando todos os trabalhadores rurais, mais dois motoristas e um agente de viagem ‘alugava’ a licença para transitar.

Segundo informações de matéria exibida pelo Fantástico deste domingo (27), a TCB, denominada ainda Trans Acriana e Trans Brasil não tinha conseguido a autorização para fazer a viagem e sim uma liminar concedida pelo desembargador Daniel Paes Ribeiro, de Brasília.

A liminar estaria sendo “alugada” por Ronaldo Santana, que se apresenta como gerente da Trans Brasil. Sem saber que estava sendo gravado, ele confirmou que por R$ 7 mil entrega o ‘kit liminar’ onde tem toda a documentação necessária para o ônibus transitar e não ter problema com a fiscalização.

“Se a fiscalização te parar na estrada você entrega esses documentos que vamos ter entregar”, explicou na gravação.

Já por R$10 mil, ele entrega o mesmo kit, sendo possível ainda o ônibus pegar passageiros dentro da rodoviária Tietê, em São Paulo.

A liminar, além de não poder ser ‘alugada’ a outros, autoriza apenas o transporte de passageiros dentro da rodoviária de Cubatão.

Trans Brasil

O dono da Trasn Brasil, Jurandir Oliveira, negou o aluguel da liminar e disse não conhecer o homem que se passa por gerente da empresa. Ele informou ainda que aluga carros da empresa, mas tudo sob a administração deles.

Jurandir também disse que já tinha ouvido falar sobre o problema, que pessoas estariam usando o nome da sua empresa para cometer crimes.

A Trans Brasil, segundo a reportagem, teria sido autuada 5.506 vezes e teria multas no valor de R$ 16 milhões.

Justificativas

O desembargador informou à reportagem do Fantástico que não tinha conhecimento do aluguel da liminar e que vai pedir investigação sobre o caso.

Já a ANTT (Agência Nacional de Transporte Terrestre), órgão que regulamente esse tipo de serviço, disse ter informado à procuradoria sobre o que estaria acontecendo.

Conteúdos relacionados