Números do emprego estragam a festa democrata de Obama
O anúncio dos decepcionantes números do emprego nos Estados Unidos nesta sexta-feira jogou água fria na campanha de Obama, depois do fim da Convenção Democrata, onde, em busca de um segundo mandato, ele tentou convencer que a mudança era possível. Após a divulgação dos números pelo departamento do Trabalho, o próprio Obama admitiu que o […]
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O anúncio dos decepcionantes números do emprego nos Estados Unidos nesta sexta-feira jogou água fria na campanha de Obama, depois do fim da Convenção Democrata, onde, em busca de um segundo mandato, ele tentou convencer que a mudança era possível. Após a divulgação dos números pelo departamento do Trabalho, o próprio Obama admitiu que o resultado não é suficientemente bom. “Sabemos que não é bom o suficiente.
Precisamos criar mais empregos e mais depressa”, afirmou, em sua primeira atividade após o encerramento da convenção. A economia americana criou apenas 96 mil postos de trabalho em agosto, segundo dados divulgados pelo governo. No entanto, de acordo com o presidente do Federal Reserve (Fed, banco central americano), Ben Bernanke, os Estados Unidos precisam de 100 mil a 110 mil novos postos de trabalho por mês para manter a taxa de desemprego estável e evitar que ela aumente. “Se ontem à noite foi festa, esta manhã é a ressaca”, brincou, alguns minutos após o anúncio, o candidato republicano à Casa Branca, Mitt Romney.
“As promessas e a política do presidente Barack Obama não deram certo”, acrescentou em um comunicado. O republicano, que deve sua imensa fortuna a seu fundo de investimento Bain Capital, concentrou sua campanha na economia, enfatizando sua experiência no setor privado. Na Convenção Republicana no final de agosto, em Tampa, Flórida (sudeste), ele prometeu criar 12 milhões de empregos, se eleito. Barack Obama, que herdou em 2008 uma grande crise econômica, pediu paciência, reconhecendo que os indicadores não ficarão positivos de um dia para o outro.
“A verdade é que precisamos mais do que alguns anos para resolver os problemas que se acumularam ao longo de décadas”, disse na noite de quinta-feira diante de milhares de delegados de seu partido, no último dia da Convenção Nacional Democrata, em Charlotte (Carolina do Norte, sudeste). “Mas saibam que… os nossos problemas podem ser resolvidos. Nós podemos superar as dificuldades. O caminho que propomos pode ser mais difícil, mas nos leva a um mundo melhor”, assegurou o presidente. “Esforço comum” Tentando reviver a esperança nascida em 2008, pediu um “esforço comum, uma responsabilidade partilhada, e o tipo de experimentação ousada e persistente que Franklin Roosevelt fez durante a única crise pior do que a atual”.
Mas na sexta-feira, os números do emprego caíram. Embora as autoridades tenham anunciado uma redução de 0,2 ponto percentual da taxa de desemprego em relação a julho, para 8,1%, seu nível mais baixo em três anos, estes resultados mascaram um declínio da força de trabalho e desempregados desanimados. De acordo com o Ministério do Trabalho, “o número de pessoas desempregadas foi pouco alterada, em 12,5 milhões”, bem como o desemprego de longa duração, que afeta 40% dos desempregados.
“É sempre a mesma coisa para as famílias da classe média que estão sofrendo com a pior crise econômica desde a Grande Depressão”, disse Mitt Romney, que voava para fazer campanha em Iowa (centro) e Nova Hampshire (nordeste), assim como seu rival democrata. Este relatório sobre o emprego é uma “má notícia” para a campanha de Obama, constatou o Washington Post, observando que outros dois relatórios ainda devem ser publicados até 6 de novembro. Dois meses antes da eleição, Barack Obama e Mitt Romney estão praticamente empatados nas pesquisas
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