No Paraguai, Fernando Lugo instaura governo paralelo

O ex-presidente do Paraguai Fernando Lugo transformou sua casa em Lambaré, nos arredores de Assunção, capital paraguaia, em uma espécie de quartel-general de um governo paralelo ao oficial. Lugo marcou para hoje (25) cedo uma reunião denominada Gabinete da Restauração da Democracia. A ideia é manter a rotina de governo, mesmo depois da sua destituição […]

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O ex-presidente do Paraguai Fernando Lugo transformou sua casa em Lambaré, nos arredores de Assunção, capital paraguaia, em uma espécie de quartel-general de um governo paralelo ao oficial. Lugo marcou para hoje (25) cedo uma reunião denominada Gabinete da Restauração da Democracia. A ideia é manter a rotina de governo, mesmo depois da sua destituição há três dias.

Lugo convocou todos os ex-ministros e ex-assessores para a reunião nesta manhã. O principal assunto é a articulação para o que o chamou de restauração da democracia. Na prática, a ideia é alinhavar de maneira objetiva seu retorno ao poder. Deputados e senadores aliados de Lugo tentam buscar maneiras de reverter o quadro político atual.

Analistas consideram, porém, a hipótese pouco provável. Lugo não dispõe de apoio político no Congresso. A prova das suas dificuldades foi a votação, no último dia 22, do processo que levou ao seu impeachment, com um placar de 39 votos a favor, 4 contra e 2 abstenções.

Em uma rua com casas de classe média alta, a residência de Lugo é a única que tem muros altos e seguranças armados do lado de fora. Há ainda militares fardados e com armas que guardam a entrada principal da casa. Ontem (24), correligionários entravam e saíam a toda hora. Vez por outra, simpatizantes passavam em frente à casa e gritavam palavras de ordem.

As principais ruas de Assunção voltaram à normalidade, com exceção da área em frente à TV Pública, local escolhido pelos simpatizantes de Lugo para as manifestações. Um protesto pacífico, que começou ontem de manhã, estendeu-se pela madrugada de hoje. Com palavras de ordem, canções e representações teatrais, os manifestantes protestaram contra o governo de Franco. A polícia acompanhou tudo a distância, sem embates.

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