No Dia Mundial da Água, deputado de MS diz que problemas no Rio Paraguai é desastre anunciado

Na data em que se comemora o Dia Mundial da Água há muitos motivos para preocupação. O maior deles localiza-se nos mais de dois mil quilômetros de extensão do Rio Paraguai, o principal curso d’água formador do ecossistema pantaneiro. O desmatamento desenfreado, centenas de empreendimentos sendo construídos sem o devido estudo global de impacto ambiental […]

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Na data em que se comemora o Dia Mundial da Água há muitos motivos para preocupação. O maior deles localiza-se nos mais de dois mil quilômetros de extensão do Rio Paraguai, o principal curso d’água formador do ecossistema pantaneiro. O desmatamento desenfreado, centenas de empreendimentos sendo construídos sem o devido estudo global de impacto ambiental já começam a resultar no assoreamento do leito do rio.

Em discurso na Assembleia Legislativa, nesta quinta-feira (22/03), o deputado Paulo Duarte (PT) classificou a falta de ações concretas para evitar a morte do Rio Paraguai como “um desastre anunciado”. Ele exemplifica a situação de um dos mais importantes rios brasileiros lembrando o Rio Taquari, que hoje encontra-se irrecuperável. “O Taquari, após anos de intenso desmatamento, está sem condições de ser recuperado. E a mesma coisa pode acontecer com o Rio Paraguai”, alerta.

Para Duarte, se não houver ações concretas de preservação o Rio Paraguai terá o mesmo destino do Taquari e as conseqüências serão desastrosas. “Se morre um rio como esse, que tem mais de dois mil quilômetros de extensão, vai acontecer um desastre social e econômico em diversas regiões”, explica.

O parlamentar disse, ainda, que em Mato Grosso do Sul o Rio Paraguai é extremamente preservado, mas se as ações de preservação não forem feitas ao norte do rio não adiantará em nada o esforço em manter o restante do leito intacto. “É necessário estabelecer limites para a agricultura e principalmente para a construção de empreendimentos como as PCHs, senão quem vai sofrer são as gerações futuras”, argumenta.

Paulo Duarte lembra que no ano passado entrou com representação no Ministério Público Federal solicitando a suspensão da liberação de licenças ambientais para a construção das Pequenas Centrais Hidreléticas (PCHs) sem que seja feito um estudo global de impacto ambiental. Segundo o deputado, as mais de 100 PCHs que estão sendo instaladas em Mato Grosso e Mato Grosso do Sul irão gerar muito pouca energia e causarão um impacto enorme no frágil ecossistema pantaneiro. “As PCHs são, na verdade, um grande negócio para as empresas de capital estrangeiro. Elas são um crime e vão beneficiar alguns poucos em detrimento do futuro das nossas gerações”, critica.

O deputado prometeu, também, verificar, junto ao Ministério Público Federal, como está o andamento da representação contra as PCHs e reforçou que as questões de preservação ambiental deixaram de ser uma bandeira de determinado partido e se tornaram um assunto prioritário para o futuro de qualquer comunidade.

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