Navio-patrulha vai reforçar fiscalização na costa brasileira

Incorporado à Marinha no dia 29 de junho, o Navio-Patrulha Oceânico Amazonas, que chegou hoje (5) ao Rio, vai reforçar a frota que fiscaliza a chamada Amazônia Azul, território marítimo sob jurisdição do Brasil que compreende uma área com 3,5 milhões de quilômetros quadrados (km²). O navio foi construído em Portsmouth, no Reino Unido. Antes […]

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Incorporado à Marinha no dia 29 de junho, o Navio-Patrulha Oceânico Amazonas, que chegou hoje (5) ao Rio, vai reforçar a frota que fiscaliza a chamada Amazônia Azul, território marítimo sob jurisdição do Brasil que compreende uma área com 3,5 milhões de quilômetros quadrados (km²). O navio foi construído em Portsmouth, no Reino Unido.

Antes de chegar ao Brasil, o navio passou por Lisboa (Portugal), Las Palmas (Espanha), Mindelo (Cabo Verde), Cotonou (Benim), Lagos (Nigéria) e São Tomé e Príncipe. Na África, foram feitas demonstrações de ação antipirataria e treinamento de equipes em manutenção no navio. No Brasil, a embarcação atracou em Natal (RN), Salvador (BA), onde ficou aberto à visitação pública, e Arraial do Cabo (RJ).

O ministro da Defesa, Celso Amorim, que participou da cerimônia de recepção, explicou que o Amazonas é o maior navio-patrulha existente no país, com 1.800 toneladas. Este é o primeiro de três comprados na Inglaterra. “Além de ter comprado estes navios, que são muito modernos, nós compramos também o direito de fabricar no Brasil os seguintes, se assim decidirmos. São navios muito importantes. Obviamente, o Brasil, com os recursos que tem hoje no pré-sal, a necessidade também de proteção das nossas rotas marítimas. Enfim, tudo o que está ligado ao mar, ao oceano, à Amazônia Azul, esses navios estarão em melhor condição de proteger.”

Amorim ressalta que o país já dispõe de navios nacionais de patrulha (de 500 toneladas) e também está construindo corvetas e uma frota de submarinos (quatro convencionais e um nuclear).

De acordo com o comandante da Marinha, Julio Soares de Moura Neto, o Amazonas poderá ser usado para missões na África. “É um navio que pode permanecer no mar por 35 dias, portanto atravessa o Atlântico, ida e volta, sem precisar de nenhum apoio. Podemos utilizá-lo também para missões no continente africano, tem muita velocidade, acho que é um navio que traz muitas vantagens para nós”. O Amazonas tem 90,5 metros de comprimento e 80 tripulantes. A velocidade máxima é 25 nós (43 quilômetros por hora) e autonomia de 35 dias.

O segundo navio, chamado Apa, será incorporado à Marinha em novembro e deve chegar ao Brasil no início de janeiro. O terceiro, Araguari, será incorporado em abril e deve chegar em maio, fazendo o mesmo percurso pelos países africanos. O Araguari vai ficar em Natal. Cada um custou cerca de R$ 109 milhões.

Os navios-patrulha são utilizados na defesa do litoral, áreas marítimas costeiras e plataformas de exploração de petróleo. Em situação de paz, fiscalizam o uso dos recursos do mar territorial e reprimem atividades ilícitas, como a pesca ilegal, contrabando e poluição do meio ambiente marinho, além de contribuírem para a segurança das instalações costeiras e operações de busca e salvamento.

Quanto à retomada do Programa Antártico Brasileiro (Proantar), com a partida do navio polar Almirante Maximiano amanhã (6), o comandante Moura Neto destacou que mais três navios serão enviados este ano para a Antártica. Mas a reconstrução da Estação Antártica Comandante Ferraz ainda vai demorar.

“Em face do incêndio na nossa Estação Antártica Comandante Ferraz, estamos enviando os navios e nós podemos suprir as nossas necessidades de pesquisa na Antártica. A reconstrução ainda vai demorar um período, ainda estamos recebendo propostas para a construção da futura estação. Eu acredito que, se tudo correr bem, nós possamos iniciar a construção da nova estação Ferraz no verão do próximo ano, de 2013 para 2014. Esse é o nosso plano.”

O ministro da Defesa lembrou que a construção da nova base depende da aprovação do projeto, mas já estão sendo feitos os módulos emergenciais para operar durante o período. “Nós estaremos presentes na Antártica todo esse tempo, o Brasil não se afastou da Antártica”, enfatizou Amorim.

Os cientistas brasileiros têm contado com o apoio de bases de outros países no local, como a do Chile e da Argentina, para dar continuidade às pesquisas, conforme o comandante da Marinha.

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