Loteamento em Ponta Porã está sem energia elétrica há 12 anos

O loteamento que originou o Jardim Flamboyant, ao lado do conjunto habitacional Ignês Andreazza, em Ponta Porã, continua sem energia elétrica, mesmo que existam famílias residindo no local há mais de 12 anos. Na quarta-feira (4) à noite, cerca de 100 moradores estiveram reunidos na residência de um deles, juntamente com uma advogada que deverá […]

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O loteamento que originou o Jardim Flamboyant, ao lado do conjunto habitacional Ignês Andreazza, em Ponta Porã, continua sem energia elétrica, mesmo que existam famílias residindo no local há mais de 12 anos.

Na quarta-feira (4) à noite, cerca de 100 moradores estiveram reunidos na residência de um deles, juntamente com uma advogada que deverá representá-los junto ao Ministério Público, onde pretendem apresentar uma ação que solucione o problema de forma definitiva.

Os moradores já procuraram a Enersul, a Prefeitura de Ponta Porã e a Câmara Municipal por inúmeras vezes em busca de uma providência, mas não encontraram resposta em nenhum dos lugares.

Segundo fontes do município, a área pertencia a um empresário (já falecido) que teria uma suntuosa dívida de IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano) com a prefeitura. Em 1996, durante a administração do prefeito Carlos Furtado Fróes, a viúva (também falecida) do empresário negociou com a prefeitura a permuta da área pela quitação da dívida.

Ainda de acordo com as mesmas fontes, o então prefeito teria encaminhado à Câmara Municipal um projeto para transformar as terras em um loteamento, o que acabou aprovado pelo legislativo. Ocorre que, na época, não era exigido estudo de impacto ambiental, nem a infraestrutura mínima para o loteamento, como rede de água, energia elétrica e meio-fio.

As pessoas que adquiriram os lotes (todos devidamente escriturados), passaram a construir suas residências, na esperança de que a energia elétrica e a água fossem instaladas. Só que isso não ocorreu. O problema da rede de água foi resolvido pelos próprios moradores, que pagaram de R$ 500,00 a R$ 1.000,00 para a Sanesul e a obra foi executada.

Gambiarras “legalizadas”

Quanto à energia elétrica, a solução encontrada foi a instalação de “gambiarras”, com fios improvisados, instalados por eletricistas não credenciados, numa espécie de “extensão” da rede que abastece o Ignês Andreazza.

Além do emaranhado de fios representar perigo, os “gatos”, como são chamadas as ligações clandestinas, têm medidores de consumo e os moradores pagam regularmente suas contas de energia para a Enersul, bem como a taxa de iluminação pública, que gira em torno de R$ 35,00, sem que haja uma lâmpada nas ruas que corte o loteamento.

As casas são escrituradas e a prefeitura cobra os alvarás e o IPTU de todas as residências. Mas, ninguém toma providências paras instalar a rede de energia elétrica.

Os moradores revelaram que a Enersul enviou um projeto da rede para a prefeitura em julho de 2011, mas a papelada acabou engavetada. Da mesma forma, a Engelmig, concessionária da Enersul, disse que pode executar a obra, mas alguém terá que pagar o investimento, que fica em torno de R$ 182 mil.

Agora os moradores estão reunindo documentos que serão encaminhados ao escritório de advocacia que irá representá-los, para que o responsável por esta ingerência seja obrigado a custear a execução da rede de energia elétrica.

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