Jornalista volta à França após ser libertado pelas Farc

O jornalista francês Romeo Langlois, 35, mantido refém durante 32 dias pelas Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia), viajou nesta quinta-feira de volta a Paris. O repórter deverá chegar à capital francesa na manhã desta sexta-feira. Langlois foi libertado na tarde de quarta (30), no departamento de Caquetá, no sul da Colômbia. Em entrevista coletiva […]

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O jornalista francês Romeo Langlois, 35, mantido refém durante 32 dias pelas Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia), viajou nesta quinta-feira de volta a Paris. O repórter deverá chegar à capital francesa na manhã desta sexta-feira.

Langlois foi libertado na tarde de quarta (30), no departamento de Caquetá, no sul da Colômbia. Em entrevista coletiva nesta manhã, afirmou que o sequestro faz parte dos “riscos profissionais”, e não responsabilizou as forças militares.

“Apoio totalmente o Exército colombiano. De forma alguma ele é responsável pelo que aconteceu comigo, que faz parte dos riscos da profissão”, disse Langlois em uma entrevista coletiva na embaixada francesa na Colômbia.

“Foi um fato da guerra, faz parte do trabalho. Não houve um erro de manobra, a guerrilha estava em sua casa”, acrescentou o jornalista.

Langlois elogiou os militares que o acompanhavam quando ele foi capturado pela guerrilha, e expressou condolências aos parentes dos que morreram no combate. “Estive durante um bom tempo com esses homens realmente corajosos, que se comportaram como cavalheiros comigo”, disse o correspondente do canal de TV France 24.

Langlois vive há dez anos na Colômbia e foi capturado pelas Farc no dia 28 de abril, no departamento de Caquetá, quando a patrulha com a qual se deslocava para fazer uma reportagem sobre operações contra o tráfico de drogas foi atacada por guerrilheiros.

Quatro militares morreram e oito ficaram feridos no combate. Langlois foi baleado em um dos braços, se entregando posteriormente aos guerrilheiros, contou.

Resgate

Vestido com uma camisa cinza e uma calça preta, o jornalista chegou ontem às 13h30 locais (15h30 de Brasília) em um carro, conversou com a imprensa cercado de guerrilheiros, e foi entregue à comissão humanitária. Em espanhol, Langlois criticou a pouca cobertura do conflito entre as Farc e o governo.

“O conflito não é coberto. Tomara que os jornalistas consigam entrar na região, mostrando os confrontos dos dois lados. O trabalho de um jornalista é cobrir todos os lados do conflito”.

O jornalista criticou a operação do Exército colombiano, afirmando que o laboratório encontrado era “pequeno e modesto” e o número de mortos na ação foi menor que o anunciado.

“Era um laboratório pequeno que as pessoas usam para sobreviver. Também, durante a operação, só vi um morto e não 15, como falaram depois”.

Langlois ainda reclamou do uso político de seu sequestro e disse que foi bem tratado no cativeiro e não precisava ter passado por essa experiência para conhecer a guerrilha. “Nunca me amarraram, me trataram como uma visita, me deram boa comida e foram muito respeitosos”.

 

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