Índice de Expectativas das Famílias registra queda em fevereiro

O otimismo das famílias brasileiras em relação à economia brasileira diminuiu em fevereiro, segundo levantamento divulgado hoje (12) pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). O Índice de Expectativas das Famílias (IEF), medido mensalmente pela instituição, ficou em 67,2 pontos, depois de registrar 69 pontos em janeiro. Em fevereiro de 2011, o IEF havia atingido […]

Ouvir Notícia Pausar Notícia
Compartilhar

O otimismo das famílias brasileiras em relação à economia brasileira diminuiu em fevereiro, segundo levantamento divulgado hoje (12) pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).

O Índice de Expectativas das Famílias (IEF), medido mensalmente pela instituição, ficou em 67,2 pontos, depois de registrar 69 pontos em janeiro. Em fevereiro de 2011, o IEF havia atingido 65,3 pontos.

O índice varia de 0 a 100 pontos, sendo que, quanto mais alta a pontuação, maior o otimismo. A pesquisa é realizada em 3.810 domicílios, em 214 municípios, abrangendo todas as unidades da Federação.

Os resultados regionais, no entanto, revelam discrepâncias. Nas regiões Sudeste (de 68,5 para 68,8 pontos) e Norte (de 62,1 para 62,9 pontos) houve aumento no otimismo das famílias; enquanto o Centro-Oeste (de 84,8 para 73,3 pontos), Nordeste (de 66,7 para 63,9 pontos) e Sul (de 71 para 66,6 pontos) apresentaram diminuição.

De acordo com o presidente do Ipea, Marcio Pochmann, ainda não é possível avaliar se o resultado de fevereiro representa um movimento sazonal, em consequência de uma acomodação nas expectativas das famílias, ou se o grau de otimismo iniciou uma nova fase de retração.

“Não sabemos avaliar se é apenas uma acomodação na expectativa ou se reflete uma mudança mais ampla que levaria às famílias a ter menor expectativa em relação às suas compras, à sua avaliação orçamentária. Somente nos próximos meses será possível fazer uma avaliação mais precisa”, destacou, acrescentando que “de todo modo, as expectativas ainda são consideráveis”.

Ele lembrou que a alta no otimismo observada no final do ano passado foi puxada por medidas implementadas pelo governo, como o pacote de desoneração fiscal, a redução das taxas de juros, além do anúncio de correção no salário mínimo. Segundo Pochmann, no entanto, essas medidas já não estão sendo suficientes para elevar as decisões de gastos das famílias neste início de ano.

“O comportamento das famílias para ser mais ativo no comportamento geral do país dependerá de novidades. Aquelas decisões tomadas até agora foram suficientes para manter o ciclo de expansão das expectativas no ano passado, mas aparentemente não são mais suficientes para manter a expectativa de elevação nas decisões de gastos das famílias”, disse.

O presidente do Ipea ressaltou, ainda, que continua diminuindo o número de famílias endividadas. Segundo o levantamento, 56,4% dos entrevistados informaram não ter dívidas, contra 57,1% no mês anterior.

Além disso, embora em queda, ainda é grande o percentual de famílias que consideram o momento atual favorável à compra de bens de consumo duráveis. Em fevereiro, 58,6% dos entrevistados fizeram essa avaliação, contra 64,4% em janeiro.

De acordo com Pochmann, a segurança no mercado de trabalho pode ser considerada a “peça-chave” para entender o otimismo das famílias. “Grande parte dos ocupados entende que há segurança em suas colocações, embora elas não ofereçam ascensão profissional e salarial.”

Segundo o levantamento, 78,6% das famílias disseram ter boas expectativas sobre a segurança do responsável pelo domicílio no emprego; e 75,8% delas fizeram a mesma declaração em relação à segurança no emprego dos demais membros da família.

Conteúdos relacionados