Incra-MS entrega título definitivo de terra à comunidade quilombola Chácara do Buriti

O Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) vai entregar, nesta sexta-feira (1), o primeiro título definitivo de terra a uma comunidade quilombola de Campo Grande. O evento vai acontecer no auditório do Incra, a partir das 14 horas e vai beneficiar as 26 famílias da comunidade quilombola Chácara do Buriti, distante 27 quilômetros […]

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O Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) vai entregar, nesta sexta-feira (1), o primeiro título definitivo de terra a uma comunidade quilombola de Campo Grande. O evento vai acontecer no auditório do Incra, a partir das 14 horas e vai beneficiar as 26 famílias da comunidade quilombola Chácara do Buriti, distante 27 quilômetros da capital, na BR 163. No dia 15 de junho, a comunidade quilombola São Miguel, no município de Maracaju, também irá receber do Incra o título definitivo de suas terras.

O processo histórico de constituição da Comunidade Chácara Buriti está relacionado à comitiva de escravos que saíram em 1904, da região de Mineiros, município de Jataí, em Goiás, em direção ao antigo Mato Grosso uno, em busca de terras para viver e plantar. Na comitiva estavam a ex-escrava Eva Maria de Jesus (Tia Eva), nascida no município de Jataí no ano de 1850, e suas três filhas, também as ex-escravas, Sebastiana Maria de Jesus, Joana Maria de Jesus e Lazara Maria de Jesus. Duas filhas de Tia Eva estavam acompanhadas de seus respectivos esposos. Jerônimo e Luis da Silva, ambos irmãos.

Para Lucienia de Jesus Domingos Gabinão, líder da comunidade quilombola Chácara do Buriti, a entrega do título se reveste de grande importância, pois dá à sua população uma segurança jurídica. “Agora somos realmente donos de nossa terra e isso significa que podemos morar e produzir com tranquilidade, sem a preocupação de que algum dia poderemos ser retirados daqui”.

Os moradores da Chácara do Buriti tem na produção de hortaliças ( alface, rúcula, berinjela, cenoura, beterraba, salsinha, cebolinha, coentro, abóbora, mandioca, milho verde) a base de sua renda. Tudo que produz é comercializado com a Conab por meio do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA). Por este programa, cada produtor pode comercializar R$ 4.500,00 por ano com a Conab. Em 2011 a comunidade comercializou um total de R$ 107 mil e a perspectiva para 2012 é de R$ 136 mil. Com a expansão da área em mais 14 hectares a comunidade passa a dispor de um total de 44 hectares, o que vai contribuir para o aumento da produção. “Com mais área para plantar e o acesso a créditos bancários, como o Pronaf, as expectativas para os próximos anos é de muita fartura”, concluiu Lucinéia.

Além das comunidades Chácara do Buriti e São Miguel, com os títulos já expedidos pelo Incra, existem na superintendência da autarquia em Mato Grosso do Sul 14 processos em andamento: Comunidade Quilombola Furnas da Boa Sorte, Corguinho/MS, Comunidade Quilombola Furnas do Dionísio – Jaraguari/MS, Comunidade Quilombola Família Cardoso, Nioaque/MS, Comunidade Quilombola Família Quintino, Pedro Gomes/MS, Comunidade Quilombola Família Jarcem, Rio Brilhante/MS, Comunidade Quilombola Família Bispo, Sonora/MS, Comunidade Quilombola Dezidério Felipe de Oliveira (Picadinha), Dourados/MS, Comunidade Quilombola Furnas dos Baianos, Aquidauana/MS, Comunidade Quilombola das Famílias Araújo e Ribeiro, Nioaque/MS, Comunidade Quilombola São Benedito/Tia Eva, Campo Grande/MS, Comunidade Família Ozório, Corumbá/MS, Comunidade Quilombola Ribeirinha Família Romano Martins da Conceição, Nioaque/MS, Comunidade Quilombola Ribeirinha Família Bulhões, Nioaque/MS, Comunidade Família Maria Theodora Gonçalves de Paula, Corumbá/MS, Comunidade Quilombola Ribeirinha Águas do Miranda, Bonito/MS e Comunidade Negra Quilombola Campos Correia, Corumbá/MS.

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