Homem se profissionaliza dentro da prisão e sonha com próprio negócio

Com dois terços da pena cumprido, preso por tráfico de drogas sonha em alcançar a liberdade, montar seu próprio negócio e constituir uma família

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Com dois terços da pena cumprido, preso por tráfico de drogas sonha em alcançar a liberdade, montar seu próprio negócio e constituir uma família

Prestes a completar dois terços da pena – que foi condenado por tráfico de drogas e roubo – e assim ter remissão e voltar a ser livre, Athos Gregório Rodrigues, 36 anos, diz que quer começar seu negócio, trabalhar e ser encarado pela sociedade como um cidadão de bem. 

“Quando comecei a estudar minha mente começou a se abrir e vi que dignamente eu poderia construir tudo que sempre almejei”, conta o homem que terminou os estudos dentro do sistema prisional. Athos tinha apenas a 4ª série do ensino fundamental quando foi preso. Na cadeia terminou os estudos e foi além, se profissionalizou. O curso de salgadeiro e padeiro dado pelo Senac (Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial) é o passaporte para ele mudar de vida. 

Com os ensinamentos, Athos já planeja o que vai fazer. “Vou montar meu negócio. Hoje tem muito estímulo para pequenos empreendimentos. Aí vou casar, ter filhos, reconstruir minha vida. Quero uma esposa boa. Isso é o sonho de todo homem”, diz o futuro empreendedor. 

E é exatamente esta a proposta dos cursos realizados no Presídio de Transição Masculino da Capital. Luíza Guimarães de Araújo, assistente social da Central de Execução de Penas Alternativas, explica que o objetivo é capacitar o detento para que ele tenha emprego quando sair da prisão. 

Os cursos são sempre focados com a necessidade do mercado, explica. Os cursos mais pedidos são de salgadeiro, padeiro, confeiteiro e manicure e pedicure, no caso das mulheres, diz. 

Thalis Maciel, coordenador pedagógico do Senac/MS, diz que isso prova a ressocialização do preso. Ele diz se sentir gratificado por poder ajudar a mudar uma história. “É muito gratificante. No primeiro momento a gente tem receio, o preconceito é natural. Mas, quando a gente entra aqui, encara com mais naturalidade. Eles querem aprender”. 

O confeiteiro e instrutor do Senac/MS, Claudinei dos Santos Lima, concorda. “Eles são mais interessados. São mais detalhistas”, aponta o professor sobre os internos. 

O curso foi oferecido a 18 detentos do Presídio de Transição Masculino da Capital. As aulas foram iniciadas em 13 de fevereiro e terminam em 24 de maio. Este é o segundo curso realizado pelo Senac na instituição prisional. Em junho está programado o início de curso de padeiro e confeiteiro.

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