Greve no metrô e trens causa tumultos, prisões e provoca lentidão recorde na capital paulista

A greve parcial do metrô e da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos), deflagrada à 0h desta quarta-feira (23) em São Paulo, causou tumulto, protestos e congestionamento recorde na história da capital, no período da manhã. Com a greve, o rodízio municipal de veículos foi suspenso. Por volta das 7h de hoje, um grupo de […]

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A greve parcial do metrô e da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos), deflagrada à 0h desta quarta-feira (23) em São Paulo, causou tumulto, protestos e congestionamento recorde na história da capital, no período da manhã. Com a greve, o rodízio municipal de veículos foi suspenso.

Por volta das 7h de hoje, um grupo de usuários do metrô bloqueou a Radial Leste, em frente à estação Corinthians-Itaquera. A polícia dispersou o bloqueio com bombas de gás, e houve correria em frente à estação; um ônibus teve os pneus furados no meio da via. Uma mulher e dois homens foram detidos durante a manifestação. Levados à Central de Flagrantes do 63º DP (Vila Jacuí), os três assinaram um termo circunstanciado e foram liberados. Eles responderão em liberdade por desacato.

Já na entrada da estação Jabaquara, passageiros fizeram uma fogueira com jornais. Usuários relatam que perderam compromissos e não conseguiram embarcar em ônibus, quase todos lotados.

Segundo último boletim do Metrô, a linha 1-azul está operando apenas no trecho entre as estações Ana Rosa e Luz; a linha 2-verde funciona entre as estações Ana Rosa e Clínicas; e a linha 3-vermelha opera entre as estações Bresser-Mooca e Santa Cecília. Estas linhas começaram a operar mais tarde e todas têm velocidade reduzida e maior intervalo de espera.

As linhas 5-lilás e 4-amarela (que é de concessionária privada) funcionam normalmente.

Também os trens da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) estão parados na linha 11-coral (Luz/Estudantes) e na 12-safira (Brás/Calmon Viana), que ligam o centro a cidades da região metropolitana.

A SPTrans –estatal municipal responsável pelos ônibus municipais– diz que acionou o Paese (Plano de Atendimento entre Empresas de Transporte em Situação de Emergência). Com isso, as linhas de ônibus que operam com destino às estações de metrô serão estendidas até a região central da capital. De acordo com a empresa, as linhas farão os trajetos de Mogi das Cruzes a Guaianazes e de Guaianazes a Brás na linha 11, e de Poá a Itaim Paulista e de Itaim Paulista a Brás na linha 12 da CPTM.

O Metrô e o sindicato não deram informações sobre o total de pessoas afetadas. Em nota, a companhia diz que a operação está sendo realizada com funcionários que não aderiram à greve e com seu quadro administrativo, que foi deslocado e está atuando nas estações e bilheterias.

O Tribunal Regional do Trabalho (TRT) marcou uma nova reunião de conciliação para tentar um acordo entre o sindicato dos metroviários e o Metrô e dar fim à paralisação. O encontro será às 12h na sede do TRT, na Consolação, região central. Após a reunião, a categoria fará uma nova assembleia para discutir se a greve continua ou não.

Congestionamento recorde

A CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) suspendeu o rodízio municipal de veículos na manhã de hoje e, com isso, muitos moradores deixaram suas casas de carro.

Às 10h, havia 249 km de congestionamento nas vias monitoradas na cidade. A marca já é a maior em toda a história durante a manhã na capital. A zona sul concentra quase metade do trânsito mais pesado na capital, com 126 km de vias congestionadas.

O recorde anterior de congestionamento durante a manhã havia sido registrada no dia 4 de novembro de 2004, quando a cidade teve 191 km de trânsito carregado às 9h30. O segundo maior índice foi registrado em 15 de agosto de 2006, com 188 km às 9h.

Negociação

Os trabalhadores do Metrô e das linhas 11-coral e 12-safira da CPTM decidiram em assembleias realizadas na terça-feira (22) entrar em greve a partir da 0h desta quarta. A decisão foi tomada depois de uma audiência entre representantes do sindicato e da empresa, realizada à tarde, no TRT, e que terminou sem acordo.

Os funcionários do Metrô exigem equiparação salarial, jornada de 36 horas semanais e adicional de risco de vida de 30%.

O Metrô propôs reposição de 4,67% e 0,50% de aumento real a partir da data-base de 1º de maio, além de reajuste no vale-alimentação e no auxílio-creche também no índice de 4,67%. A companhia informou ainda que mantém a PLR (Participação nos Lucros e Resultados) para os metroviários.

Já os ferroviários querem aumento de 7,05%, além de tíquete refeição no valor de R$ 21,50. A proposta da CPTM é de reajuste de 6,17% e tíquete refeição de R$ 20.

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